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Virgolino atribui troféus Faneca. Uma homenagem ao futebol fora das quatro linhas

Virgolino Faneca lança uma iniciativa que veio preencher o longo vazio deixado pela extinção dos saudosos troféus Gandula. Para que ninguém fique a apanhar bolas.

Reuters
11 de Maio de 2018 às 17:00
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Dilecto Eneias

Os mais pubescentes certamente não têm memória, mas em tempos idos houve um jornalista desportivo, chamado Wilson Brasil (falecido em 2001), que instituiu em Portugal os troféus Gandula, que atribuía através da também já finada Gazeta dos Desportos. Gandulas é o nome pelo qual são identificados os apanha-bolas no Brasil, precisamente o país de nascimento do generoso Wilson. Ora, apanha-bolas é algo que não falta no futebol nacional, rivalizando com os treinadores de bancada e os comentadores vesgos (não apenas ao nível ocular).

Serve este exórdio para te comunicar, venturado Eneias, que, perante tamanha diversidade, tomei a iniciativa de criar os troféus Faneca, destinados a premiar os que se destacaram em Portugal no desporto-rei. E não só te quero comunicar, como também convidar a seres o apresentador da gala que planeio realizar no topo da pala do Pavilhão de Portugal, para testar a sua resistência. Afinal, só um descendente (nem que seja etimológico) de um timorato guerreiro troiano terá peito suficiente para suportar este desafio.

Assim sendo, para teu conhecimento, aqui vai a lista dos premiados.

Prémio Animal Feroz
Nuno Saraiva. Como um discreto e pacato director-adjunto de jornal se transformou numa fera impiedosa capaz de estralhaçar os inimigos do seu dono.

Prémio Bigode
Luís Filipe Vieira. Mostrou grande fair-play ao fazer o mínimo possível para conquistar o penta, alegando que passou a época à procura de um guarda-redes e a renegociar a sua dívida ao Novo Banco. De facto, há prioridades. E um bom bigode mostra que, afinal, um homem não é para pagode. Ou é?

Prémio PAN
Paulo Gonçalves. Pela sua denodada acção em defesa da toupeira, geralmente um animal mal-amado pelos humanos, mas cuja capacidade de engenharia é similar à do assessor do Benfica.

Prémio Treinador do Ano
Rui Santos. No plano técnico-táctico-analítico-coiso-e-tal, revelou-se o treinador mais completo. O facto de não treinar qualquer equipa serve tão só para enfatizar a sua qualidade no exercício da função.

Prémio Pinto da Costa
Bruno de Carvalho. Pelo contributo inestimável que deu ao longo da época ao F.C. Porto para que este se tornasse campeão nacional. Revelou enorme capacidade de desprendimento, até porque já tem títulos que chega e é preciso ajudar os outros.

Prémio João Gabriel
Francisco J. Marques. Foi indiscutivelmente o mestre do twitter, atestando a relevância do jogo fora das quatro linhas. Acumula com os prémios Bobby (homenagem a Pinto da Costa) e Gates (pelos seus conhecimentos de informática na óptica do utilizador).

Prémio Jorge Jesus
Jorge Jesus. Qualquer explicação para a atribuição do prémio Jorge Jesus ao próprio é supérflua.

Prémio António Pina
Pedro Guerra. Porque estão bem um para o outro.

Prémio Pedro Guerra
Manuel Serrão. Porque estão bem um para o outro.

Prémio Manuel Serrão
António Pina. Porque estão bem um para o outro.

Prémio Polvo
Pinto da Costa. Conseguiu deglutir o cefalópode sem manifestar problemas ao nível da digestão, mostrando que é possível dispensar fruta para obter resultados desportivos.

PS.: o troféu vai ser concebido pela Joana Vasconcelos, para dar ao evento um ar de pós-modernidade, estabelecendo-o como paradigma de um novo olhar sobre o futebol.


Conto contigo. Um abraço deste que te estima,

 

Virgolino Faneca



Quem é Virgolino Faneca

Virgolino Faneca é filho de peixeiro (Faneca é alcunha e não apelido) e de uma mulher apaixonada pelos segredos da semiótica textual. Tem 48 anos e é licenciado em Filologia pela Universidade de Paris, pequena localidade no Texas, onde Wim Wenders filmou. É um "vasco pulidiano" assumido e baseia as suas análises no azedo sofisma: se é bom, não existe ou nunca deveria ter existido. Dele disse, embora sem o ler, Pacheco Pereira: "É dotado de um pensamento estruturante e uma só opinião sua vale mais do que a obra completa de Nuno Rogeiro". É presença constante nos "Prós e Contras" da RTP1. Fica na última fila para lhe ser mais fácil ir à rua fumar e meditar. Sobre o quê? Boa pergunta, a que nem o próprio sabe responder. Só sabe que os seus escritos vão mudar a política em Portugal. Provavelmente para o rés-do-chão esquerdo, onde vive a menina Clotilde, a sua grande paixão. O seu propósito é informar epistolarmente familiares, amigos, emigrantes, imigrantes, desconhecidos e extraterrestres, do que se passa em Portugal e no mundo. Coisa pouca, portanto.



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