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Marcas alemãs querem recuperar atraso dos carros de luxo eléctricos da Tesla

A indústria automobilística alemã, perante algum atraso tecnológico, está a pisar no acelerador para acompanhar a norte-americana Tesla no mercado de carros eléctricos de luxo, como é o caso da Audi, Mercedes e BMW.

Bloomberg
17 de Setembro de 2015 às 14:37
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A Tesla, uma estrela na bolsa de Nova Iorque, não tem actualmente rivais para os carros eléctricos de segmento mais alto, de acordo com François Jaumain, especialista em indústria automóvel da consultora PwC.

 

A marca norte-americana de luxo tem apenas os Model S e vai lançar brevemente o Model X, um novo monovolume, também totalmente eléctrico no final do mês.

 

Com muita procura por parte de celebridades e pessoas ricas, os dois modelos têm preços entre os 61.000 e 124.000 euros, mas o fundador da Tesla, Elon Musk, já prometeu um modelo mais barato, por cerca de 30 mil euros, para os próximos dois anos.

 

No Salão Automóvel de Frankfurt, esta semana, a Audi, a marca de luxo pertencente ao grupo Volkswagen, espera desvendar o seu novo "e-tron quattro", um todo-o-terreno urbano que poderá entrar em produção em 2018 sob o nome Q6.

 

A Porsche, também do grupo Volkswagen, prepara-se para apresentar o "Mission E", um carro elétrico que promete uma autonomia de 500 quilómetros, podendo acelerar de zero a 100 quilómetros por hora em 3,5 segundos´, com uma velocidade máxima de 250 quilómetros por hora e um motor de 600 cavalos.

 

O presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, disse que o compromisso do grupo para a mobilidade eléctrica é "clara", sendo que François Jaumain refere que a Audi "quer claramente mostrar que não vai deixar a Tesla sozinha no mercado".

 

A empresa norte-americana está convencida de que a procura por um modelo mais acessível em termos de preço será sustentável e, para isso, está a construir uma fábrica multimilionária no Nevada para produzir as baterias.

 

O presidente da Tesla disse que a empresa estará em condições de construir 500.000 carros por ano até 2020, dez vezes mais do que espera vender este ano.

 

Elon Musk também prevê que a Tesla terá lucros em cinco anos, após um investimento gigantesco de mil milhões de dólares no primeiro semestre do ano.

 

O responsável da Tesla está optimista e os investidores também: as ações de Tesla em Wall Street já valem oito vezes mais desde o início de 2013, com uma capitalização bolsista atual de cerca de 30 mil milhões de dólares.

 

Apesar deste entusiasmo, alguns analistas comparam o desempenho da Tesla com a bolha tecnológica. "A Tesla está tão insanamente supervalorizada que se pode comparar à bolha tecnológica no final de 1990", advertiu Joe Nocera, um consultor em Nova Iorque.

 

Por seu lado, Luca De Meo, director de vendas globais da Audi, refere que os carros movidos a electricidade terão um avanço significativo entre 2018 e 2019. De tal forma que os condutores já não verão grandes diferenças entre um carro eléctrico e os motores tradicionais.

 

A Mercedes-Benz também está a preparar-se para desafiar a Tesla. O responsável de investigação e desenvolvimento da marca alemã, Thomas Weber, disse recentemente que a Mercedes está a trabalhar "num conceito inteligente para um carro eléctrico extremamente atraente, com uma autonomia entre 400 e 500 km".

 

Já a rival BMW também parece interessada em desenvolver os seus modelos eléctricos após o lançamento do i8 e i3.

 

Os carros eléctricos são ainda um nicho de mercado, tanto nos Estados Unidos e como na Europa, onde representam apenas 1% das vendas nos primeiros seis meses de 2015, mas com previsões de crescimento de dois ou três dígitos, as marcas 'premium' alemãs estão a preparar-se para a 'guerra' de mercado, não dando grande margem de manobra à Tesla.

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