Opinião
Sempre há coincidências
Uma imagem vale mais do que mil palavras. É verdade, podendo a leitura, necessariamente interpretativa, ser cruel. No caso, estamos perante uma extraordinária coincidência. Partamos desse princípio.
O «Independente» publicou na primeira página a imagem de um grupo de pessoas ligadas pela candidatura de José Lamego à presidência da Câmara de Cascais nas eleições de 2001. O retrato mostra o candidato com alguns dos seus apoiantes naturais: os socialistas José Luís Judas, Joaquim Raposo, Edite Estrela, Alberto Costa e Jorge Coelho. E Varela Martins, procurador da República que mandou arquivar o inquérito ao ex-autarca Judas. Está na imagem porque respondeu a um «convite institucional» que lhe foi dirigido enquanto procurador de Cascais. Tudo explicado e devidamente justificado pelas regras da boa convivência democrática. Dizer mais é supor que a mesa de honra da candidatura de Lamego (reproduzida na foto) tem a ver com um processo em que a Judiciária propunha que Jorge Coelho fosse constituído no âmbito da investigação à gestão de Judas. Tem a ver com um empreiteiro de nome Américo Santo, o A. Santo de Cascais, principal construtor civil da zona – de quem Coelho teria recebido, possivelmente pelo Natal, um jogo de xadrez. Tem a ver, mas tudo não passa de uma coincidência: o jogo, o xadrez. E a própria foto.
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