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05 de Julho de 2011 às 08:50

Oportunidades de investimento a longo prazo nos mercados emergentes

É impossível exagerar a importância dos mercados emergentes num mundo cada vez mais globalizado.

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As reformas importantes e benéficas realizadas por vários governos dos mercados emergentes na última década, transformaram as economias emergentes - de facto, conforme foi demonstrado pela sua relativa estabilidade durante a crise de dívida da zona euro, diversos mercados emergentes beneficiam agora de posições orçamentais muito mais fortes que os seus pares desenvolvidos. Entretanto, a rápida urbanização está a originar ganhos de produtividade e de consumo.

Os mercados emergentes alimentaram a recuperação global e o seu contributo para o crescimento global deverá continuar a aumentar nos próximos anos, criando oportunidades atractivas para os investidores em acções e em obrigações.

Acções dos mercados emergentes
A nossa já longa avaliação positiva dos mercados emergentes permanece inalterada. Os lucros das empresas são fortes e apenas os sectores das matérias-primas e mercadorias mostraram uma leve deterioração nos retornos sobre as acções, dado que os elevados preços originaram um aumento da despesa de capital. As pressões inflacionárias de meio do ciclo estão agora a moderar-se e estão reflectidas de um modo geral nos mercados accionistas. Os bancos centrais, que foram lentos a restringir a política, estão agora a lançar-se num aumento de taxas.

Embora existam bolsas de sobrevalorização, o índice alargado parece atractivo, com rácios cotação/valor contabilístico à volta da média de longo prazo e com múltiplos preço/resultados ainda moderadamente abaixo da média. Juntando estas modestas valorizações às nossas expectativas de manutenção de fortes lucros empresariais do mercado emergente, esperamos uma tendência de retorno de dois dígitos (baixos) nas acções dos mercados emergentes durante os próximos cinco anos - um retorno atractivo num mundo de baixo crescimento nominal.

Entretanto, enquanto o PIB dos mercados emergentes continuar a crescer mais do que o PIB do mundo desenvolvido, e uma melhor disciplina do capital das empresas possibilitar lucros para participar de forma mais eficaz nesse crescimento económico, a contribuição dos mercados emergentes nos lucros globais poderá continuar a subir. Por conseguinte, antecipamos uma contínua realocação entre os investidores para as acções do mercado emergente.





Dívida dos mercados emergentes
Face aos fortes fundamentais económicos subjacentes à maioria das economias do mercado emergente, acreditamos que a dívida do mercado emergente também oferece actualmente oportunidades atractivas para os investidores a longo prazo. A classe de activos permanece sustentada pela procura dos investidores que procuram maiores rendibilidades e diversificação dos investimentos nos mercados desenvolvidos. Há, obviamente, riscos que os investidores precisam ter em consideração; contudo, acreditamos que os investidores estão a ser adequadamente compensados por estes riscos. Globalmente, esperamos assistir a retornos na parte mais alta do dígito único ou mais baixa dos dois dígitos em cada sector da dívida do mercado emergente (moeda local, dívida externa e privada do mercado emergente) em 2011.

Conforme demonstrado pela tabela seguinte, os índices de cada sector são, em média, "investment grade", contudo os investidores podem aceder a um significativo prémio de rentabilidade em comparação com os mercados desenvolvidos. Este prémio está disponível apesar da força fundamental das economias do mercado emergente. Acreditamos que este prémio de risco continue a atrair os investidores e, no médio a longo prazo, as rendibilidades e os spreads vão convergir para valores próximos dos mercados desenvolvidos.

A conjuntura de investimento
Tanto para os investidores em acções como em obrigações, um factor chave estratégico a longo prazo é o potencial para uma significativa apreciação das moedas do mercado emergente face às moedas do mercado desenvolvido. Acreditamos que este reequilíbrio liderado pela moeda seja necessário para ajudar a reduzir os desequilíbrios globais - os grandes e persistentes défices comerciais nos mercados desenvolvidos e os correspondentes excedentes nos mercados emergentes.

Em termos de riscos, embora a inflação esteja a subir nos mercados emergentes, ainda é significativamente mais baixa que os níveis a que se assistiu em 2008. A maior parte das subidas nos índices de preços ao consumidor vieram dos aumentos dos bens alimentares; contudo, as subidas dos preços dos combustíveis também começam a ter impacto nos dados devido ao avanço do preço do petróleo desde o início do ano. Os governos e os legisladores de alguns mercados (por exemplo, Tailândia, Filipinas, China, Coreia e Indonésia) tornaram-se recentemente mais tolerantes face à força da moeda, por reconhecerem que uma moeda mais forte pode ajudar a mitigar o aumento dos preços das matérias-primas e mercadorias importadas e da energia. Esta alteração na posição política deverá permitir uma maior apreciação de moedas, em particular na Ásia.

Acreditamos que a inflação vai começar a aliviar no segundo semestre do ano, à medida que os efeitos de base, preços mais baixos dos bens alimentares e das mercadorias e uma descida do crescimento para o nível da tendência, começarem a ser sentidos. Desde 2009 que começámos a ver os bancos centrais dos mercados emergentes a aumentar as taxas de juros e a recuperarem alguma credibilidade no combate à inflação. Se esta acção dos bancos centrais se mantiver, o alívio dos receios inflacionários impulsionará o sentimento de confiança dos investidores e dará maior suporte para as acções e para a dívida dos mercados emergentes. No entretanto, os receios inflacionários periódicos podem criar oportunidades de compra selectivas.





*Head of sales Portugal

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