Opinião
O betão é que é bom
Como a pirâmide de Keops já estava erigida e o Mitterand se antecipou em modernismo igualmente geométrico no Louvre, o tandem Socrates-Lino avançou para coisas mais terra a terra, mas igualmente capazes de deixarem o chão bem esburacado, com uns milhares de búlgaros (em vez de búlgaras ) a formigarem.
Dificilmente conseguirão bater a herança de Guterres, pois essa é das que deixam uma geração dependurada (tanto que, quando me disseram que ele estava nos “refugiados”, eu até pensei que ele tinha ido engrossar a massa, não dirigi-la como comissário da ONU). Dá ideia que Sócrates tem um pouco mais de tino com o cartão de crédito, mas o DNA socialista, quando toca a destrocar, é completamente incontinente.
Ainda se poderia ter esperança que as obras públicas tivessem dimensão mais modesta, no estilo dos famosos projectos Sócrates que tanto embelezaram as nossas berças da Beira interior, nos anos 90. Mas isso, confesso-o realisticamente, já não poderia satisfazer a alma de um estadista, um homem de maioria absoluta, um governante que não se intimida com multidões de 200.000, antes as atiça, pedindo-lhes argumentos, não “manifs” subversivas. Tal força de carácter, tal indiferença por 3 estádios da Luz a abarrotar, mais uns lugares de candonga, convenhamo-lo, pede mais.
Intrigas da oposição mais uns tantos tecnocratas mancomunados enterraram o projecto OTA, que podia nem valer grande coisa, mas seria uma obra de tal dimensão de terraplanagens, diversão de rios, gestão de espaço aéreo entre montes e colinas (não havendo um único pelicano ou catatua votado à extinção) que rivalizaria com as intervenções soviéticas no Dnieper. Coisa para estátua.
Lá passaram o assunto para Allcochete (como, quanto a nome, o ministro da Economia, sempre imaginoso, não deixará de propor, eventualmente incluindo uns buracos de golfe nas pistas, para passageiros em trânsito), e, no caminho, parece que há ponte sobre o Tejo ou túnel ou qualquer coisa assim, tudo devidamente enxameado de rotundas , porque isso até já é questão cultural. Acho bem! As facturas nunca assustaram governantes intrépidos, mesmo as que incluem os habituais excessos orçamentais de 300%.
Outra coisa que suscita a minha adesão é a chusma de auto estradas que aí vêm , pois se a região de Lisboa é a que tem maior rede de tais vias por habitante, na UE, a mais elementar justiça equitativa, de autoridades que não confinam o pensamento na macrocefalia da capital, é estender tal rácio para o país inteiro.
Aí, até se poderia proclamar que assim se fomenta a concorrência, calando essa pequena mas incomodativa franja de liberais que, às vezes, levanta cabelo, com ideias estapafúrdias como baixar os impostos e diminuir o peso do Estado.
E há sempre a enorme vantagem de ligar Lisboa a sítio-nenhum, o que, não havendo onerosas portagens a pagar, vai encher sítio-nenhum de lisboetas à procura de sossego, e escandinavos atraídos por apropriado turismo rural, com prova de vinhos.
Agora, a jóia da coroa é o TGV (se partir de Lisboa) ou TGB (se partir do Porto)! Isso dá gosto! Não é que sirva para nada por aí além, mas já viram que nas estatísticas da OCDE passamos a entrar como país com alta velocidade ferroviária, enquanto os parolos dos irlandeses, finlandeses, suecos, etc, se calhar ainda se deslocam em carro de bois.
Quem tem tantos e tão bons estádios de futebol até parece mal não ter um TGV!
Ainda se poderia ter esperança que as obras públicas tivessem dimensão mais modesta, no estilo dos famosos projectos Sócrates que tanto embelezaram as nossas berças da Beira interior, nos anos 90. Mas isso, confesso-o realisticamente, já não poderia satisfazer a alma de um estadista, um homem de maioria absoluta, um governante que não se intimida com multidões de 200.000, antes as atiça, pedindo-lhes argumentos, não “manifs” subversivas. Tal força de carácter, tal indiferença por 3 estádios da Luz a abarrotar, mais uns lugares de candonga, convenhamo-lo, pede mais.
Lá passaram o assunto para Allcochete (como, quanto a nome, o ministro da Economia, sempre imaginoso, não deixará de propor, eventualmente incluindo uns buracos de golfe nas pistas, para passageiros em trânsito), e, no caminho, parece que há ponte sobre o Tejo ou túnel ou qualquer coisa assim, tudo devidamente enxameado de rotundas , porque isso até já é questão cultural. Acho bem! As facturas nunca assustaram governantes intrépidos, mesmo as que incluem os habituais excessos orçamentais de 300%.
Outra coisa que suscita a minha adesão é a chusma de auto estradas que aí vêm , pois se a região de Lisboa é a que tem maior rede de tais vias por habitante, na UE, a mais elementar justiça equitativa, de autoridades que não confinam o pensamento na macrocefalia da capital, é estender tal rácio para o país inteiro.
Aí, até se poderia proclamar que assim se fomenta a concorrência, calando essa pequena mas incomodativa franja de liberais que, às vezes, levanta cabelo, com ideias estapafúrdias como baixar os impostos e diminuir o peso do Estado.
E há sempre a enorme vantagem de ligar Lisboa a sítio-nenhum, o que, não havendo onerosas portagens a pagar, vai encher sítio-nenhum de lisboetas à procura de sossego, e escandinavos atraídos por apropriado turismo rural, com prova de vinhos.
Agora, a jóia da coroa é o TGV (se partir de Lisboa) ou TGB (se partir do Porto)! Isso dá gosto! Não é que sirva para nada por aí além, mas já viram que nas estatísticas da OCDE passamos a entrar como país com alta velocidade ferroviária, enquanto os parolos dos irlandeses, finlandeses, suecos, etc, se calhar ainda se deslocam em carro de bois.
Quem tem tantos e tão bons estádios de futebol até parece mal não ter um TGV!
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