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07 de Janeiro de 2008 às 13:59

2007 deixa uma herança de volatilidade para o novo ano

Depois de terem registado uma subida quase ininterrupta nos últimos três anos, 2007 foi um ano muito mais difícil para os mercados accionistas de todo o mundo. Os investidores foram afectados por más notícias em várias frentes, principalmente a crise no c

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Os elevados preços do petróleo, a queda no mercado da habitação dos EUA, a subida das taxas de juro e mais incertezas geopolíticas também contribuíram para as dificuldades nos mercados mundiais.

Crise no crédito domina acontecimentos

Durante o primeiro semestre de 2007 os mercados permaneceram fortes, com excepção de uma ligeira quebra no final de Fevereiro provocada pela especulação segundo a qual o governo chinês estava a tentar conter o crescimento do mercado de Xangai. Em resultado disso, no início de Junho vários dos principais mercados atingiam valores recordes.

Contudo, os bons tempos não foram duradouros. Os primeiros sinais de crise emergiram no final de Junho, quando começou a circular alguma especulação segundo a qual vários bancos poderiam ter uma pesada exposição a perdas provocadas pelos crescentes incumprimentos no mercado de crédito hipotecário “subprime” dos EUA.

A verdadeira venda generalizada ocorreu em Junho e prolongou-se para Agosto, quando um aumento na aversão global ao risco levou os investidores a tomarem as mais-valias ou a fecharem posições nos activos de maior risco. Os mercados accionistas mundiais passaram por uma acentuada queda, com as acções a caírem à medida que os problemas decorrentes da crise no “subprime” se estendiam aos mercados de crédito, levando a liquidez a evaporar-se. Muitos títulos de crédito sofreram fortes declínios nos preços, em particular os associados ao mercado do crédito hipotecário, como os títulos garantidos por hipotecas e activos.

A crise levou a um alargamento dos diferenciais (’spreads’) de crédito e, com a subida da aversão ao risco por parte dos bancos, a um aumento das taxas de crédito interbancárias. No Reino Unido, assistiu-se a isto através do quase colapso do banco de crédito hipotecário Northern Rock, salvo pelo governo britânico após ter falhado a angariação de capital nos mercados monetários para dar continuidade às suas operações.

Por seu lado, os títulos de dívida pública assistiram a uma forte procura, uma vez que a crise no crédito desencadeou uma fuga para a qualidade. As notícias negativas sobre o estado da economia dos EUA deram também suporte aos títulos de dívida pública, uma vez que os fracos dados sobre habitação e emprego alimentaram os receios dos investidores de que a maior economia mundial pudesse estar a abrandar ou, mesmo, a entrar em recessão. O impacto da crise do “subprime” foi particularmente negativo nos preços da propriedade nos EUA, com o mercado residencial norte-americano a sofrer pesadas quebras de preços ao longo do ano, à medida que as instituições de crédito hipotecário dos EUA refreavam os empréstimos.

Previsão - qual a direcção para 2008

O maior receio dos investidores é o de uma recessão nos EUA, desencadeada por um fraco mercado habitacional e, eventualmente, por uma crise bancária. Vemos isto como uma possibilidade, não como uma probabilidade. Os recentes dados sobre o PIB, as vendas a retalho e o crescimento da oferta monetária sugerem que a economia norte-americana permanece bem sustentada. Com uma inflação benigna, há ainda mais espaço para uma acção da Reserva Federal para reduzir as taxas de juro.

Contudo, acreditamos que a volatilidade do mercado deverá crescer em todas as classes de activos, reflectindo uma crescente volatilidade das variáveis macro (crescimento, inflação e lucros), à medida que o ciclo de actividade avança para o final da fase média. Isto significa resultados ajustados ao risco mais baixos - ou seja, será mais difícil obter lucros.

Os investidores vão continuar nervosos quanto ao crescimento dos ganhos, valorizações e tendências económicas. Recentemente reduzimos o risco nas carteiras devido a um aumento da incerteza nas três vertentes, mas permanecemos com uma maior ponderação nas acções. Acreditamos que a conjugação de mais reduções nas taxas de juros nos EUA, com um ainda saudável crescimento dos ganhos na Europa e um excelente ritmo de lucros nos mercados emergentes, signifique que as acções tenham um desempenho superior às obrigações e à liquidez.

NOTA:
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