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Paulo Carmona 16 de Janeiro de 2019 às 19:29

O Sexo dos Anjos

A nossa democracia liberal, especialmente nos países com muito Estado, Itália, França ou Portugal, têm de repensar o seu caminho, entre a falência do regime ou afundados em carga fiscal.

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A FRASE...

 

"Não é possível satisfazer reivindicações sem aumentar impostos."

 

Rocha Andrade, RTP, 13 de janeiro de 2019

 

A ANÁLISE...

 

Assistimos frequentemente a reivindicações de funcionários públicos e à impossibilidade de obter as receitas necessárias para as poder satisfazer. Lembremos que o dinheiro do Estado são os impostos de todos nós. Apesar de durante muito tempo, tempo demais, nos termos iludido com dinheiro emprestado, poupanças externas, impostos futuros.

 

Com a troika e a habilidade deste Governo na sua austeridade sonsa, as pressões de grupos de interesse, legítimas, têm sido contidas. Até quando? São os professores que veem as suas carreiras congeladas, na grande sopa de bons e maus serem promovidos por antiguidade, médicos e enfermeiros exaustos, hospitais para lá do limite, universidades à mingua, etc.

 

O Estado cada vez recebe mais receitas dos portugueses e com maior dificuldade cuida dos seus, que se sentem abandonados. São fogos descoordenadamente combatidos, pontes e estradas que caem, armas que são roubadas sem ninguém entender como, urgências sem dar resposta, escolas a meter água e consultas marcadas a perder de vista.

 

Porque o Estado não tem dinheiro. O nosso PM dizia, e muito bem, que para refazer o IP3, que rouba vidas, não conseguimos aumentar os professores. E talvez nem para o IP3 nem para os milhões de obras anunciadas. E com o envelhecimento da população, com a enorme pressão que impõe na saúde e nas reformas, difícil prever onde isto irá acabar.

 

Os populistas de direita dirão que será necessária uma ditadura de 6 meses a 6 anos para, entre mortos e feridos, criar um novo país "mais limpo", uma atitude com 150 anos, muitas vítimas e sem resultados de maior. Os populistas de esquerda desejam tributar mais os ricos e o seu património, tabelar preços, colocar o Estado dono de tudo e seguir os caminhos da revolução bolivariana com os resultados de misérias que se conhecem.

 

A nossa democracia liberal, especialmente nos países com muito Estado, Itália, França ou Portugal, têm de repensar o seu caminho, entre a falência do regime ou afundados em carga fiscal. Enquanto isso a sociedade a discute a esquerda e a direita, o público e o privado, ou o gordo e o magro.

 

Em 1453, enquanto os turcos assaltavam Constantinopla, dentro de portas também se discutia se os anjos eram meninos ou meninas… com os resultados conhecidos.

 

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências diretas e indiretas das políticas para todos os setores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com

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