Opinião
Redes sociais e gerações em 2017
São cerca de 2,3 mil milhões de utilizadores mundiais de redes sociais. Diferentes perfis, culturas e idades. Uma audiência apetecível para a publicidade.
Mais de 35 mil milhões de dólares vão ser investidos este ano nas redes sociais, contra os 8,3 registados em 2015, de acordo com a marketingproofs.com que compilou uma série de dados desde a conhecida brandwatch.com até à digitaltrends.com.
Se o investimento é intenso, é crítico perceber qual o envolvimento de cada rede em cada geração e o tempo médio de atenção com implicação no tipo de conteúdo. A geração Z, dos 13 aos 19 anos, tem uma atenção média de 8 segundos, com o Instagram a ser a sua rede preferida. Só no ano passado, um quarto destes jovens abandonou o Facebook em detrimento do Instagram. De referir que no Instagram, os 400 milhões de utilizadores carregam cerca de 80 milhões de fotos por dia. Os sistemas de mensagens como o WhatsApp têm uma prevalência sobre todos os outros.
A geração "millennials", que cobre a faixa dos 20 aos 35, verdade se diga bastante heterogénea, acredita mais no conteúdo e nas referências de outros consumidores no momento de escolha das marcas. O Facebook e o Twitter (em algumas geografias) são as principais redes. Nesta faixa, o Instagram começa a ter expressão, no entanto, 87% dos "millennials" possuem conta no Facebook e são particularmente activos com uma média de fãs superiores às restantes gerações. Os fóruns de comunidades e agregadores como o Reddit assumem alguma expressão no segmento entre os 20 e 25 anos.
A geração X, que vai dos 36 aos 49 anos, são os compradores online por natureza. Utilizadores de Facebook e Twitter, no entanto, menos activos do que os da geração "millennials". O e-mail continua a ser um meio de contacto privilegiado. Curiosidade é o crescimento do Pinterest neste segmento, enquanto o Instagram é residual.
A faixa dos "baby boomers" que cobre dos 50 aos 65 anos tem algumas surpresas. A rede que mais cresce neste sector é o Pinterest, com metade desta geração a utilizar activamente esta rede. As relações com as marcas fazem-se através dos websites depois de encontrá-las nas redes sociais. Cerca de 84% têm conta no Facebook e são mais activos do que a geração X.
Há um crescimento notório das redes sociais, das suas funcionalidades, mas também da sua complexidade em termos de privacidade. O contramovimento está a caminho no retorno à comunicação digital mais simples: as mensagens, quer seja no WhatApp, no Snapchat ou na simples SMS.
Nota: o autor não aderiu por vontade própria ao convencionalismo do recente acordo ortográfico.
Responsável de Marketing no SAS Portugal