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FMI quer que Fed espere por subida mais sustentada da inflação antes de subir juros
O Fundo Monetário Internacional quer que a Reserva Federal norte-americana espere por uma subida mais forte da inflação antes de mexer na sua taxa de juro directora.
No dia em que um membro do banco central americano deu sinais de que a Reserva Federal (Fed) deverá avançar com a subida de juros em Dezembro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) veio pedir calma à autoridade monetária dos EUA. A instituição diz que a Fed deveria esperar até ver sinais firmes de subida da inflação e uma maior robustez no mercado de trabalho antes de mexer na sua taxa de referência.
Num momento em que vários responsáveis americanos parecem preparar o mundo para uma subida de juros nos EUA, um relatório preparado para apresentar na reunião do Grupo dos 20 que decorre nos dias 15 e 16 na Turquia, o FMI argumenta que a fraca capacidade económica global e a baixa inflação justificam a manutenção de uma política monetária mais branda nas maiores economias do mundo.
A decisão do Comité da Fed sobre os juros "deveria permanecer dependente dos indicadores, com a primeira subida na taxa a esperar até que uma resistência continuada no mercado laboral seja acompanhada por sinais firmes de subida da inflação", adiantou o FMI numa nota citada pela Reuters.
Esta não é a primeira vez que a instituição liderada por Christine Lagarde pressiona o banco central americano para manter as taxas de juro actuais, alertando para fragilidades na recuperação económica global.
O alerta surge num momento em que é cada vez mais provável uma mudança na política de juros nos EUA já na reunião do próximo mês. E são vários os responsáveis que têm feito declarações nesse sentido.
"É muito possível que as condições que o Comité estabeleceu para começar a normalizar a política monetária possam estar em breve satisfeitas", adiantou esta quinta-feira, 12 de Novembro, William Dudley, presidente da Reserva Federal dos EUA.
Estas declarações são um importante indicador em relação à decisão da Fed na medida em que Dudley é um dos membros mais influentes do Comité e tem sido um dos opositores à subida dos juros no país.
Um inquérito divulgado pela Reuters esta semana atribui uma probabilidade de 70% de a Fed mexer na sua taxa de referência no encontro que decorre nos dias 15 e 16 de Dezembro.