Notícia
Portugal faz "um a dois leilões" de dívida para colmatar receita do Novo Banco
O programa de financiamento para os últimos três meses do ano prevê mais dois leilões de longo prazo de 750 a mil milhões de euros, cada. Parte desta verba permitirá ao IGCP compensar a ausência de receita do Novo Banco.
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Portugal vai manter-se activo no mercado de dívida até ao final do ano. Pretende, de acordo com o programa de financiamento divulgado pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), obter mais 5.750 milhões de euros junto de grandes investidores, sendo que parte deverá ser obtido com títulos de longo prazo. A meta é fazer "um a dois" leilões de obrigações do Tesouro (OT), dinheiro que permitirá colmatar a ausência do encaixe dos 3.900 milhões com o Novo Banco.
"No próximo trimestre, o IGCP prevê a realização de um a dois leilões de OT, sendo esperadas colocações de 750 a 1.000 milhões de euros por leilão", refere a nota emitida pela entidade que gere a tesouraria, o financiamento e a dívida pública directa do Estado. São dois leilões com os quais a entidade liderada por Cristina Casalinho irá procurar obter até 2.000 milhões de euros, sendo que uma parte terá como objectivo compensar o adiamento da venda do Novo Banco.
Três leilões até Dezembro
Além das operações de financiamento de longo prazo, que serão realizadas às "segundas ou quartas quartas-feiras de cada mês", o IGCP vai também realizar mais três leilões de títulos de curto prazo. Nestas três operações, pretende obter entre um mínimo de três e um máximo de 3.750 milhões de euros, sendo o primeiro leilão a 21 de Outubro.
Nestes leilões de curto prazo, o IGCP irá reabrir linhas de dívida a três, seis e 11 meses, sendo que será feito o lançamento de uma nova linha de bilhetes do Tesouro a 12 meses no leilão a realizar a 18 de Novembro. O último leilão de curto prazo irá acontecer a 16 de Dezembro, refere o IGCP.
Não pagar ao FMI
No novo mapa de financiamento do IGCP, desaparece o pagamento antecipado ao FMI de 2,2 mil milhões de euros previsto até ao final do ano.
Mais dívida
Está prevista a emissão de mais 1,3 mil milhões de euros de dívida, sendo 500 milhões em obrigações do Tesouro.
Aposta nas famílias
O IGCP antecipa obter mais 800 milhões de euros com a dívida de retalho, ou seja, certificados de aforro, CTPM e possivelmente as obrigações para o retalho.
Utilizar a "almofada"
O nível de depósitos – tratados por "almofada" – vai reduzir-se em 400 milhões, de 9 mil milhões para 8,6 mil milhões.
De obrigações portuguesas comprou 1.148 milhões, passando a deter 7.770 milhões. Este maior investimento foi feito, essencialmente, em títulos de longo prazo. A maturidade média das obrigações portuguesas que o BCE detém passou de 10,77 para 10,86 anos, entre Agosto e Setembro, mantendo-se Portugal como o país de que Draghi tem títulos com um prazo mais longo.