A taxa a dez anos da dívida grega passou, esta quarta-feira, abaixo de 7% pela primeira vez desde Novembro. O valor exigido pelos investidores para deterem obrigações helénicas desce 22,8 pontos base para 6,998%. Isto depois do Eurogrupo ter anunciado um acordo para desembolsar mais 10,3 mil milhões de euros a Atenas, num programa em que o FMI também irá participar.

"A ajudar ao sentimento positivo esteve a decisão do Eurogrupo tomada na noite passada de desembolsar fundos de 10,3 mil milhões de euros à Grécia concluindo que as autoridades gregas fizeram o que era necessário para assegurar a próxima tranche de financiamento", referiram os analistas do RBC Capital Markets, numa nota a investidores.

Uma das cedências feitas no acordo foi pelo FMI. A entidade liderada por Christine Lagarde pretendia que a Grécia fizesse uma nova reestruturação de dívida, posição rejeitada pelos países europeus. Apesar das divergências, o Fundo irá também participar neste programa.

"Apesar de não contemplar o alívio de dívida incondicional que o FMI pedia na sua avaliação à sustentabilidade da dívida da Grécia, as medidas são suficientes para o Fundo permanecer envolvido no programa", refere o RBC Capital Markets. Mas salienta que tal ainda terá de ser formalmente aprovado pela administração do Fundo.

O compromisso para a Grécia aparenta também ter alguns efeitos positivos no sentimento do mercado em relação a outros países do sul da Europa. "Em termos de reacção do mercado ao acordo grego, os prémios de risco dos países da periferia baixam esta manhã", observam os analistas do Rabobank, numa nota de investimento. A taxa portuguesa a dez anos tem uma descida ligeira de um ponto base para 3,021%.