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Incerteza política agrava prémio de risco da dívida para máximo de dois meses

Novamente acima dos 200 pontos. Esta foi a conclusão da sessão desta terça-feira, na qual os investidores voltaram a pedir um prémio de risco superior para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã. Um reflexo de que a instabilidade política continua a deixar os investidores receosos.

Mario Proenca/Bloomberg
27 de Outubro de 2015 às 18:10
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A terceira sessão consecutiva. Este é o registo do prémio de risco da dívida portuguesa, que voltou a disparar esta terça-feira, 27 de Outubro. Voltou a encerrar acima dos 200 pontos, numa sessão em que a taxa de juro das obrigações portuguesas subiu, contrariando as fortes quedas dos pares europeus. Um sinal de que a incerteza política nacional continua a afastar os investidores da dívida portuguesa.

A taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos voltou a subir esta terça-feira. Avançou 1,7 pontos base para 2,469%, numa sessão em que a taxa da dívida alemã recuou 5,8 pontos para 0,443%. Resultado? O prémio de risco de Portugal ("spread") disparou 7,5 pontos para 202,7 pontos, o valor mais elevado em mais de dois meses. Isto numa sessão em que as "yields" de Espanha e Itália caíram, respectivamente, 4,6 pontos para 1,587% e 5,2 pontos para 1,442%.

Estes desempenhos reflectem os receios dos investidores em relação ao cenário político português, numa altura em que PS, BE e PCP deverão estar a ultimar os preparativos para um Governo à esquerda. Uma solução que já mereceu as críticas de diversos analistas, que alertam para o risco de Portugal se desleixar na necessária consolidação orçamental.

"A situação continua muito volátil, pelo que recomendamos que fiquem de fora do mercado português. Preferimos Espanha e Itália", refere uma nota de investimento do RBS, sublinhando o contexto político. Isto depois de Michael Michaelides, analista do banco britânico, já ter afirmado ao Negócios que "a única maneira [que o PS terá] de os manter a bordo [BE e PCP], será acabar com algumas medidas". E "os investidores vão odiar isso", rematou.

Uma posição semelhante foi também assumida pelo Rabobank. "O PS deverá fazer algumas concessões na austeridade ao PCP e ao BE", escreveu a instituição, numa nota de análise. Após as notícias de que o acordo entre o PS e o BE inclui a reposição de salários dos funcionários públicos em 2016, os especialista apontavam que "é esse tipo de medidas que preocupa os investidores". Por isso, concluíam, a verificar-se a coligação de esquerda, "ficaríamos muito reticentes em entrar em posições longas [apostar na valorização dos títulos] em Portugal.

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