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Instabilidade política afasta dívida de Portugal da Zona Euro

Neste arranque de semana, e num dia em que as taxas da generalidade dos países do euro cederam terreno, a "yield" das obrigações do Tesouro a 10 ano subiu 8,2 pontos.

Mario Proenca/Bloomberg
26 de Outubro de 2015 às 19:52
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Portugal foi a votos a 4 de Outubro, mas das urnas não saiu uma maioria absoluta para nenhum dos candidatos. A coligação ganhou. Cavaco Silva indigitou Pedro Passos Coelho, mas à esquerda mantêm-se as negociações que podem ditar a queda do governo no Parlamento. Um cenário de instabilidade política que se tem feito sentir nos mercados, com os juros da dívida portuguesa a descolarem dos restantes países do euro.

 

Logo após as legislativas, os juros da dívida nacional subiram. O BCE ainda deu uma ajuda com Mario Draghi a sinalizar que poderá aumentar o poder da sua "bazuca", ou seja, comprando mais dívida no mercado, mas as taxas das obrigações do Tesouro estão novamente a agravar-se. Neste arranque de semana, e num dia em que as taxas da generalidade dos países do euro caiu, a "yield" das OT a 10 ano subiu 8,2 pontos.

 

A taxa avançou para 2,452%, alargando-se o diferencial face aos pares. Se durante os últimos meses seguiu a tendência, agora tem seguido um rumo próprio, reflexo da crescente percepção de risco fruto da instabilidade política. O diferencial face às "yield" de Espanha avançou para 81,9 pontos base, um máximo desde o início de Julho. Desde as eleições legislativas em Portugal este diferencial (que mede o prémio de risco que os investidores exigem para comprar dívida portuguesa em detrimento da espanhola) agravou-se cerca de 30 pontos-base. A 5 de Outubro a "yield" da dívida portuguesa a 10 anos estava nos 2,31% e a espanhola em 1,8%.

 

"A situação continua muito volátil, pelo que recomendamos que fiquem de fora do mercado português. Preferimos Espanha e Itália", refere uma nota de investimento do RBS, sublinhando o contexto político. Comparativamente à dívida da Alemanha, considerada a mais segura da Europa, o diferencial também se agravou. Numa altura em que são vários os analistas que estão a recomendar aos clientes que reduzam a aposta na dívida portuguesa, o "spread" face às "bunds" está já em 195,1 pontos.

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