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Emissão de dívida na Europa atinge o melhor Maio de sempre
Os investidores querem mais retornos. As empresas procuram baixar o custo com a dívida. Resultado? Emissões recorde, que na Europa tiram ainda partido do programa de compra de activos do BCE.
As baixas rendibilidades continuam a dominar a evolução dos mercados financeiros. Os investidores vêem-se obrigados a apostar em títulos com mais riscos para caçar retornos elevados e, com isso, as obrigações de empresas ficam a ganhar. De tal forma que a emissão de dívida por empresas europeias alcançou o melhor mês de Maio de sempre. Isto com a ajuda do Banco Central Europeu (BCE).
Em apenas 25 dias, as empresas do Velho Continente inundaram o mercado com 54,2 mil milhões de euros de nova dívida, segundo os dados da Bloomberg. Um valor tão elevado que já garantiu a 2016 o melhor mês de Maio desde que há registo. Entre estas está a portuguesa REN, que na terça-feira, 24 de Maio, colocou 550 milhões de euros em títulos que vencem dentro de sete anos.
O ambiente de juros baixos é o principal factor a impulsionar as emissões de dívida, nomeadamente de empresas. É que vários países registam, actualmente, "yields" negativas, o que leva os investidores para activos com mais risco. E, assim, as empresas aproveitam para substituir a dívida existente por nova com juros mais baixos. Mas para isto está também a contribuir o BCE.
A instituição monetária da Zona Euro arrancará em Junho com as compras de dívida de empresas. Por outras palavras, o mercado passará a contar com um comprador com bolsos fundos, o que tem animado os investidores. Na quarta-feira, 25 de Maio, a Reuters citava fontes do BCE que explicavam que este começará por aplicar um montante reduzido, elevando depois as compras para entre cinco e dez mil milhões de euros por mês.
Mas esta não é uma tendência exclusiva da Europa. De facto, a Bloomberg explica que a emissão de dívida a nível mundial atingiu em Maio um dos melhores meses de sempre. A agência contabiliza 232 mil milhões de dólares (cerca de 207 mil milhões de euros) de nova dívida, com o destaque a ir para a emissão de 20 mil milhões de dólares da Dell. Uma colocação que figura, actualmente, como a segunda maior de 2016.