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BCE: Compras de dívida de empresas arrancam em Junho
Mario Draghi revelou que as compras de dívida de empresas são mesmo para avançar e é já em Junho. Mas, ao contrário da última conferência de imprensa, disse que os juros vão continuar neste nível, ou mais baixos.
O Banco Central Europeu (BCE) irá arrancar as compras de instrumentos de dívida de empresas em Junho. A informação foi revelada por Mario Draghi esta quinta-feira, 21 de Abril, durante a conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária. No mesmo mês, a instituição irá realizar o primeiro empréstimo de longo prazo à banca condicionado ao financiamento da economia (TLTRO).
"Em Junho, levaremos a cabo uma nova série de TLTRO e começaremos as compras do nosso programa de dívida de empresas", avançou Mario Draghi esta quarta-feira. Esta era uma das informações que faltavam acerca do novo programa de compra de activos da instituição monetária. Mas também os parâmetros que determinarão o seu funcionamento que, segundo o presidente do BCE, serão publicados após a conferência de imprensa.
Por agora, o responsável revelou que todas as empresas não-financeiras serão incluídas no programa, a não ser que sejam detidas por bancos. A partilha de risco será total, acrescentou Mario Draghi, sendo que as compras destes títulos irão contar para o objectivo mensal de 80 mil milhões de euros.
Estas informações surgem num encontro em que o Conselho do BCE manteve as taxas de referência do BCE inalteradas. E em relação às quais Mario Draghi acrescentou: "Acreditamos que continuarão nos níveis actuais, ou mais baixos, por um período prolongado de tempo".
Uma declaração que mostra um recuo de "Super Mario", depois de na última conferência de imprensa ter dito que não previa mais cortes nos juros. Algo que causou uma enorme decepção nos investidores, apesar das enormes medidas de estímulo anunciadas.
"As nossas políticas funcionam. São eficazes. Dêem-lhes é tempo para funcionar", atirou Mario Draghi, já em resposta às perguntas dos jornalistas. O responsável pela política monetária da Zona Euro defende que "as condições financeiras na Zona Euro melhoraram", mas salienta que "as incertezas globais persistem" e a inflação poderá mesmo regressar a terreno negativo. O sentimento é, contudo, de confiança. No entanto, disse, "é claro que se também houver reformas estruturais, [as nossas medidas] teriam um efeito mais rápido".
(Notícia actualizada às 14:00, com mais informação)