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Haitong aplaude impacto “positivo” das compras do BCE na EDP e REN

Três empresas portuguesas ficarão sob a "bazuca" do BCE. Um factor positivo para as cotadas, aponta o Haitong, já que ajudará a reduzir os encargos com a dívida. Um efeito que já se faz sentir.

A EDP é a cotada que distribui um maior montante em dividendos na bolsa portuguesa. Mas também recebe remunerações das posições de 77,5% na EDP Renováveis e de 5% na REN, que implicam dividendos acima de 38 milhões de euros.
Miguel Baltazar/Negócios
22 de Abril de 2016 às 09:18
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O Banco Central Europeu (BCE) anunciou os detalhes finais para o programa de compra de dívida de empresas, que arrancará em Junho. Brisa, EDP e REN compõem o leque de cotadas nacionais elegíveis, sendo que as duas últimas são das que mais têm a beneficiar no mercado ibérico, diz o Haitong. Um factor positivo que já se faz sentir nos mercados.

"Os critérios finais [das compras de dívida de empresas] estão em linha com o que era anteriormente previsto", nota o Haitong, numa nota de análise a que o Negócios teve acesso. Por isso, escreve o analista Jorge Guimarães, a medida do BCE é "positiva para as empresas elegíveis". Aqui, o destaque vai para Portugal.

O banco de investimento aponta que, "entre as empresas elegíveis sob a nossa análise, acreditamos que os maiores impactos positivos serão nas empresas com elevados rácios de alavancagem e elevadas necessidades de refinanciamento em 2016". Mas o Haitong concretiza, destacando a EDP, a REN e a Repsol.

"A dívida destas empresas já evoluiu favoravelmente desde 9 de Março", nota o analista Jorge Guimarães, o dia anterior ao anúncio do BCE de que avançaria com as compras de dívida de empresas. Dá o exemplo dos "credit-default swaps" (instrumentos que protegem contra incumprimentos) a cinco anos para a EDP, cujo prémio de risco recua 64 pontos base.

Analisando as necessidades de financiamento para 2016, o Haitong relembra que a EDP já emitiu 600 milhões de euros em obrigações a sete anos com uma taxa de juro de 2,375%. "Se assumirmos que a EDP tinha conseguido refinanciar esse valor a taxas 50 pontos base mais baixas, devido à decisão do BCE, isso representaria um impacto positivo anual de 1,5% nos lucros da empresa", aponta o banco de investimento. Certo é que ainda faltam mais três mil milhões, além de 300 milhões da REN. 

O Negócios avança na edição desta sexta-feira, 22 de Abril, que esta aquisição de dívida será feita pelo Banco de Espanha e poderá ascender a um total de 50% da dívida de mercado da Brisa, EDP e REN. São quase 6,6 mil milhões de euros em títulos denominados em euros e cujas maturidades oscilam entre seis meses e 30 anos.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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