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Integração financeira na Zona Euro continua a recuperar, mas a ritmo moderado

O Banco Central Europeu (BCE) publica anualmente, desde 2005, um relatório sobre a integração financeira na Zona Euro, onde faz a avaliação da evolução deste processo, bem como as políticas relacionadas com ele.

Jasper Juinen/Bloomberg
25 de Abril de 2016 às 13:08
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A integração financeira na Zona Euro, de um modo geral, continuou a recuperar desde o ano passado, embora a um ritmo mais moderado. Esta é uma das conclusões do relatório anual do Banco Central Europeu (BCE), publicado esta segunda-feira, 25 de Abril. Esta recuperação surge depois das divergências que ocorreram durante a crise financeira.


"A tendência de reintegração que se seguiu à fragmentação financeira substancial associada às crises financeira e da dívida soberana em 2007 e 2011 arrancou quando a União Bancária Europeia e o quadro das Transacções Monetárias Definitivas (OMT, na sigla inglesa) do BCE foram anunciados em 2012", sublinha o mesmo relatório.


Além disso, frisa o BCE, esta reintegração continuou o seu caminho com o arranque de "dois pilares importantes da União Bancária", nomeadamente o Mecanismo Único de Supervisão (SSM, na sigla em inglês), que foi integrado na autoridade monetária em 2014, e o Mecanismo Único de Resolução (SRM, na sigla em inglês), em 2015. Ao mesmo tempo, as políticas monetárias da instituição liderada por Mario Draghi contribuíram para esta tendência.


Contudo, o BCE sublinha a desaceleração da integração desde a Primavera/Verão do ano passado. Um movimento que "pode ser explicado pelos diferentes desenvolvimentos dos preços e quantidades em vários segmentos do sistema financeiro da Zona Euro", justifica.


Por um lado, as taxas de juro dos créditos bancários a empresas e famílias continuaram a convergir e "os empréstimos transfronteiriços continuaram a aumentar ligeiramente em termos relativos, suportados pelas medidas não convencionais de política monetária do BCE, pela recuperação económica gradual e pelos progressos na União Bancária", adianta.  


Por outro lado, as taxas de juro da dívida e de empresas e das "covered bonds" (obrigações sobre hipotecas e obrigações sobre crédito bancário ao sector público) "divergiram desde o relatório do ano passado, embora muito recentemente tenha havido uma correcção deste fenómeno", adianta o BCE.


Quanto aos retornos dos mercados accionistas, estes demonstraram "uma heterogeneidade substancial desde o final de 2014 e meados de 2015". Um desenvolvimento que, no entanto, o BCE atribui, em grande medida, ao aumento da aversão ao risco nos mercados financeiros mundiais num contexto de abrandamento do crescimento das economias emergentes e de divergência das perspectivas para o rumo dos países da Zona Euro.


O BCE considera, deste modo, que daqui em diante é importante que a recente turbulência financeira "não coloque o processo de re-intregração financeira num impasse". Por isso, é da maior importância que o Fundo de Resolução se torne operacional este ano, como parte do Mecanismo Único de Resolução, e que a supervisão bancária do BCE execute o projecto de prevenir ou conter as divergências entre países e as inconsistências na aplicação do quadro da regulação bancária na União Europeia.


Além disso, "é chave que o terceiro pilar da União Bancária e da união dos mercados de capitais europeus seja perseguido como uma prioridade", determina o BCE.


O BCE considera que o mercado estará completamente integrado se todos os potenciais participantes apresentarem as mesmas características em três aspectos principais: o mesmo conjunto de regras quando lidam com instrumentos e serviços financeiros; têm igual acesso a estes instrumentos e serviços financeiros; e são tratados de igual forma quando estão no mercado.


"Uma firme recuperação e normalização da situação económica na Zona Euro juntamente com todas estas direcções de políticas financeiras deverão assegurar que, quando a política monetária se tornar menos expansionista no futuro, a profunda integração financeira deverá ser preservada", conclui o BCE.


Constâncio insta a mais desenvolvimentos

Vitor Constâncio (na foto) sublinhou, esta segunda-feira, que a integração financeira europeia continua, mas que abrandou desde a Primavera/Verão do ano passado, segundo declarações citadas pela Lusa.

Numa conferência conjunta do BCE a da Comissão Europeia (CE) sobre a integração financeira europeia, em Frankfurt, o vice-presidente da autoridade monetária destacou que deve concluir-se a União Bancária e mostrou-se a favor da criação de uma garantia europeia de depósitos, à qual a Alemanha se opõe.


Por outro lado, Constâncio frisou que as recentes turbulências financeiras não deveriam prejudicar o processo de integração na Europa. O vice-presidente instou ainda ao maior desenvolvimento dos mercados europeus e à integração dos mercados bancários de retalho para fortalecer a resistência do sistema financeiro, segundo a Lusa.

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