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Sem mais medidas, o foco estará nas projecções do BCE
Após o avolumado pacote de medidas apresentado em Março, a instituição monetária da Zona Euro não reajustar a política. Mas serão apresentadas as novas previsões para a economia, com os analistas positivos quanto à inflação.
O BCE arranca em Junho com as compras de dívida de empresas e com os novos empréstimos de longo prazo à banca (TLTRO II). Medidas já anunciadas que, por isso, estarão na sombra da conferência de imprensa que Mario Draghi irá liderar esta quinta-feira, 2 de Junho. De facto, não são esperadas mais medidas, o que coloca os holofotes nas novas projecções para a economia. Os analistas antevêem optimismo em relação à inflação.
"O foco estará nas novas previsões macroeconómicas da equipa do BCE", defende a equipa de economia do UBS. Os especialistas apontam que "o principal desafio para Mario Draghi será não parecer demasiado optimista, depois da subida do preço do petróleo e do robusto crescimento do PIB da Zona Euro no primeiro trimestre". Ainda assim, assumem a revisão em alta, com a dúvida a ser "qual a dimensão da subida das projecções para a inflação entre 2016 e 2018, bem como o que isto poderá sinalizar para as compras de activos depois de Março de 2017".
No mesmo sentido aponta Carsten Brzeski. "A principal novidade deve vir das projecções da equipa do BCE, em particular para a inflação", aponta o economista do ING. "Os preços mais altos do petróleo deverão levar à primeira revisão em alta desde o arranque das compras de activos", explica. E acrescenta que "tal revisão parece ainda mais provável dada a forte evolução de crescimento no primeiro trimestre e à recente desvalorização do euro".
"A equipa do banco central deverá corrigir ligeiramente em alta as suas perspectivas de crescimento, nem que seja porque o crescimento no primeiro trimestre provavelmente surpreendeu o BCE", sublinha Michael Schubert. Quanto à inflação, diz o economista do Commerzbank, "a situação é um pouco mais complicada". É que o pressuposto para o petróleo em 2016 deverá ser revisto em alta em 30%. Mas "a inflação ‘core’ é provável que esteja mais baixa do que o banco central previa", conclui.