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Dívida portuguesa pode ser a mais beneficiada nas compras do BCE

Uma sondagem levada a cabo pelo Tesouro alemão junto de bancos revela que as obrigações soberanas portuguesas vão ser as mais beneficiadas pela expansão quantitativa do BCE. Analistas prevêem uma queda nos custos de financiamento de Portugal.

04 de Março de 2015 às 18:52
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As obrigações soberanas portuguesas poderão ser as mais beneficiadas pelo programa de compras do Banco Central Europeu (BCE). Esta é a conclusão de uma sondagem realizada a bancos que trabalham com o Tesouro da Alemanha: 14 entre 20 instituições identificaram Portugal como a sua dívida favorita. O inquérito foi divulgado esta quarta-feira, 4 de Março, pela Bloomberg.

 

Os analistas consideram que a expansão quantitativa do BCE deverá assim provocar uma queda dos custos de financiamento de Portugal nos mercados. A taxa de juro de Portugal a 10 anos, de referência, alcançou um mínimo histórico na segunda-feira quando atingiu 1,739%.

 

"Portugal pode ser um relativo vencedor do programa de alívio quantitativo do BCE", disse à Bloomberg o analista Nishay Patel do UBS.

 

Existem três motivos para a dívida portuguesa ser uma das principais eleitas para o programa de compras, dizem os analistas: tem os juros mais elevados das obrigações elegíveis para o programa de alívio quantitativo, o mercado de dívida nacional deverá ser o mais procurado pelo BCE e tem uma liquidez relativamente baixa.

 

Entre as diversas maturidades nacionais, a compra de dívida portuguesa a 30 anos é aconselhada por Peter Groves, analista do Citigroup. "A procura por retorno permanece intensa", aponta.

 

Mario Draghi deverá revelar na reunião de quinta-feira do BCE mais detalhes do programa de alívio quantitativo que prevê a compra de um bilião de euros de activos, principalmente dívida pública, até Setembro de 2016.

 

Nas estimativas da presidente do Tesouro português, o BCE deverá comprar entre 16 mil milhões a 17 mil milhões de euros de dívida nacional durante a duração do "quantitativa easing".

 

Além da dívida portuguesa, os analistas também apontam que a dívida da Irlanda possa sair a ganhar com a expansão quantitativa do BCE. 

 

Isto acontece depois de tanto Dublin como Lisboa terem regressado aos mercados após terminado o programa de ajustamento internacional e num momento em que pretendem antecipar o reembolso ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

 

A taxa de juro da Irlanda a 10 anos atingiu recentemente novo mínimo histórico, depois de ter tocado nos 0,850% na segunda-feira no mercado secundário.

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