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Dívida pública emitida até julho "custa" 1,3%, um novo mínimo histórico

Em média, a nova dívida emitida pelo IGCP de janeiro a julho deste ano foi financiada a 1,3%. É um novo mínimo histórico.

22 de Agosto de 2019 às 10:51
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A nova dívida emitida por Portugal entre janeiro e julho de 2019 registou um "custo" médio de 1,3%, um novo mínimo, pelo menos, desde 2010, segundo os dados revelados esta quinta-feira, 22 de agosto, pelo IGCP, a agência que gere a dívida pública. Apesar de não haver dados para comparar, uma vez que o custo de financiamento antes de 2010 era mais elevado do que o atual, os 1,3% deverão ser um mínimo histórico para Portugal.

Julho foi mais um mês histórico para as emissões de dívida pública portuguesa no mercado primário. O IGCP conseguiu emitir obrigações soberanas a dez anos com um juro de 0,51%, o juro mais baixo de sempre e metade face à emissão anterior comparável. Comparando com o início do ano, a diferença é ainda maior dado que nessa altura o IGCP emitia dívida a dez anos com um juro de 2%.

Contudo, é de realçar que, na emissão de julho, a procura foi mais fraca do que nos leilões anteriores e o IGCP optou por não colocar o montante máximo previsto.


É a progressiva redução do juro cobrado pelos investidores para emprestar dinheiro a Portugal que permite a redução do custo da nova dívida. A queda dos juros tem sido também visível no mercado secundário onde os juros a dez anos negociaram abaixo de 0,1% na semana passada pela primeira vez.

O custo de nova dívida tem vindo a cair desde 2011 - ano em que Portugal ficou sem acesso ao mercado de financiamento internacional e solicitou assistência externa -, depois de ter atingido um máximo de 5,8% (ver gráfico em baixo).
O custo do "stock" (nova e velha) da dívida pública portuguesa baixou em 2018 pelo quarto ano consecutivo. Ao todo, o endividamento custou 2,8% no ano passado, abaixo dos 3% de 2017. Este é um novo mínimo, pelo menos, desde 2010 (3,5%). É expectável que com o custo da nova dívida a diminuir, também 2019 seja um ano em que o custo do "stock" baixe.

Esta trajetória dos juros de Portugal traduz-se, na prática, num custo de financiamento bem menor face ao passado recente. Esta redução reflete o ambiente de juros baixos promovido pelo Banco Central Europeu (BCE) que deverá continuar durante mais tempo do que o antecipado e de forma mais intensa. Para tal tem também contribuído a melhoria do "rating" da República por parte das principais agências de notação financeira.
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