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Dívida emitida no primeiro semestre bate novo mínimo com "custo" de 1,4%

Em média, a nova dívida emitida pelo IGCP de janeiro a junho deste ano foi financiada a 1,4%. É um novo mínimo histórico.

23 de Julho de 2019 às 18:22
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A nova dívida emitida por Portugal entre janeiro e junho registou um "custo" médio de 1,4%, um novo mínimo histórico, pelo menos, desde 2010, segundo os dados revelados esta terça-feira, 23 de julho, pelo IGCP, a agência que gere a dívida pública.

Junho foi mais um mês em que Portugal conseguiu financiar-se a dez anos a níveis historicamente baixos: o cupão dessa emissão foi de 0,639%, até então um mínimo histórico e bastante abaixo dos 1% registados na emissão anterior comparável.

Em julho, a emissão a dez anos baixou ainda mais o juro para 0,51% - um novo mínimo histórico -, o que sugere que o custo da nova dívida continuará a diminuir nos próximos meses. No mercado secundário, a "yield" nesse prazo chegou a negociar abaixo dos 0,3%. Entretanto os juros subiram e negociaram hoje nos 0,447%. 

Além da descida significativa dos juros soberanos, o primeiro semestre tinha também ficado marcado pela primeira emissão de dívida pública portuguesa na China, realizada em maio, tendo esta sido a estreia de um país da Zona Euro no mercado em moeda chinesa. As obrigações com maturidade de três anos vão pagar uma taxa de juro superior face à dívida emitida em euros na mesma maturidade, mas a reduzida dimensão desta operação não terá afetado de forma relevante o juro médio da nova dívida.

O custo de nova dívida tem vindo a cair desde 2011 - ano em que Portugal ficou sem acesso ao mercado de financiamento internacional e solicitou assistência externa -, depois de ter atingido um máximo de 5,8% (ver gráfico em baixo).
O custo do "stock" (nova e velha) da dívida pública portuguesa baixou em 2018 pelo quarto ano consecutivo. Ao todo, o endividamento custou 2,8% no ano passado, abaixo dos 3% de 2017. Este é um novo mínimo, pelo menos, desde 2010 (3,5%). É expectável que com o custo da nova dívida a diminuir, também 2019 seja um ano em que o custo do "stock" baixe. 

Esta trajetória dos juros de Portugal traduz-se, na prática, num custo de financiamento bem menor face ao passado recente. Esta redução reflete o ambiente de juros baixos promovido pelo Banco Central Europeu (BCE) que deverá continuar durante mais tempo do que o antecipado e de forma mais intensa. Para tal tem também contribuído a melhoria do "rating" da República por parte das principais agências de notação financeira.
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