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Dívida pública afunda mais de 5 mil milhões após recorde

Após cinco meses sempre a subir, a dívida pública desceu fortemente em junho. Mas a almofada financeira também encolheu de forma significativa.

Reuters
01 de Agosto de 2019 às 10:57
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O montante da dívida pública portuguesa registou uma forte queda em junho, anulando grande parte das subidas acumuladas nos primeiros cinco meses do ano.


De acordo com o Banco de Portugal, a dívida pública na ótica de Maastricht, a que interessa a Bruxelas, desceu para 246,933 mil milhões de euros. A este valor corresponde uma queda de 5,58 mil milhões de euros, face ao nível recorde de maio de 252,4 mil milhões de euros, que correspondia ao valor mais alto de sempre em termos nominais.

 

Na nota publicada no seu site, o Banco de Portugal explica que "para esta diminuição contribuiu essencialmente a redução dos títulos de dívida".

No que diz respeito à chamada "almofada financeira", a redução de montante foi muito semelhante, pelo que toda a diminuição da dívida pública foi também refletida nos depósitos do Estado. Isto porque o tesouro terá recorrido à almofada para reembolsar os investidores devido ao fim da maturidade de uma linha de obrigações.  

"Os ativos em depósitos das administrações públicas diminuíram 5,7 mil milhões de euros, pelo que a dívida pública líquida de depósitos registou um aumento de 0,1 mil milhões de euros em relação ao mês anterior, totalizando 229,5 mil milhões de euros", refere o Banco de Portugal.

Apesar de junho ser um mês de final de trimestre, ainda não se conhece o PIB do segundo trimestre, pelo que não é possível ainda calcular o peso do endividamento na economia. No primeiro trimestre a dívida pública estava em 123% do PIB, pelo que este rácio terá chegado a junho em níveis inferiores, uma vez que a dívida baixou cerca de 3,5 mil milhões de euros e o PIB terá crescido.

A meta do Governo passa por baixar o rácio da dívida pública dos 121,5% em 2018 para os 118,6% em 2019. Este é o indicador a que estão atentos tanto os mercados como as agência de rating.

Recorde-se que, normalmente, há uma concentração da maior parte das idas ao mercado por parte do IGCP no início do ano para fazer face às necessidades de financiamento das administrações públicas, o que resulta em maiores aumentos do valor absoluto da dívida pública na primeira parte de cada ano.

Além disso, enquanto as administrações públicas registaram défice orçamental, a dívida pública baterá sempre recordes. O ministro das Finanças, Mário Centeno, prevê que isso deixe de acontecer a partir do próximo ano. Portugal tem "condições, a partir de 2020, para que o nível de dívida nominalmente, e não só em percentagem do PIB, se reduza", disse, em abril, à Reuters.


Aumento de 2 mil milhões no semestre

No acumulado do primeiro semestre o endividamento público aumentou pouco mais de 2 mil milhões de euros. Este foi um período marcado por uma descida acentuada nos custos de financiamento do Estado, que levou o IGCP a fazer várias emissões de dívida pública.

Com os investidores a exigirem as taxas mais baixas de sempre para comprarem dívida pública, o instituto liderado por Cristina Casalinho emitiu 9,75 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro no primeiro semestre, o que corresponde a 63% do total que pretende colocar no mercado este ano em dívida com maturidades acima de um ano (15,4 mil milhões de euros).

Em média, a nova dívida emitida pelo IGCP de janeiro a junho deste ano foi financiada a 1,4%, o que representa um novo mínimo histórico.

(notícia atualizada pela última vez às 11:20)

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