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Portugal paga 0,51% para emitir dívida a 10 anos. Taxa cai para metade em dois meses

Os custos de financiamento de Portugal voltaram a baixar para mínimos históricos. A procura foi mais fraca do que nos leilões anteriores e o IGCP optou por não colocar o montante máximo previsto.

Bruno Simão
10 de Julho de 2019 às 10:38
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A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realizou esta quarta-feira um duplo leilão de dívida de longo prazo, tendo encaixado 1.023 milhões de euros, o que se situa encostado ao ponto mais baixo do intervalo pré-definido.

 

O instituto liderado por Cristina Casalinho emitiu 753 milhões de euros em títulos com maturidade em 15 de junho de 2029 (10 anos) e 270 milhões em títulos com prazo em 15 de fevereiro de 2045 (26 anos), numa operação em que os custos de financiamento voltaram a descer para mínimos históricos.

 

Na emissão a 10 anos o IGCP aceitou pagar uma rendibilidade de 0,51%. Na última emissão de obrigações do Tesouro a 10 anos (16 de junho) o IGCP aceitou pagar um juro de 0,639%, o que já representava um novo mínimo histórico. Desde então as "yields" da dívida portuguesa acentuaram o movimento negativo no mercado secundário e a taxa dos títulos a 10 anos já atingiu um mínimo histórico abaixo dos 0,30%. Nas últimas sessões tem-se assistido a um agravamento, com a taxa esta quarta-feira a atingir valores em redor de 0,5%.

Apesar de ter ficado acima de 0,5%, a taxa a que Portugal se financiou a 10 anos é inferior a metade do que o IGCP pagou há apenas dois meses pela dívida com a mesma maturidade. No leilão de maio o instituto liderado por Cristina Casalinho aceitou pagar 1,059% para colocar obrigações a 10 anos. Em janeiro deste ano a taxa era quase quatro vezes superior, pois ficou perto de 2%.

 


Na emissão a 26 anos a taxa de rendibilidade ficou em 1,426%, o que também representa o custo de financiamento mais baixo de sempre. A última emissão com maturidade semelhante aconteceu em março de 2018, quando o IGCP aceitou pagar uma taxa de 2,8%.

Procura mais baixa


Na emissão a 10 anos a procura superou a oferta em 1,58 vezes, o que representa uma descida face ao rácio registado em junho (1,8 vezes). Nos títulos com maturidade mais longa a procura atingiu 455 milhões de euros, o que representa apenas 1,69 vezes o montante colocado.

 

No agendamento do leilão, na passada sexta-feira, o IGCP indicou que pretendia colocar entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros, pelo que o montante emitido ficou apenas ligeiramente acima do ponto mínimo. Em leilões com procura robusta, habitualmente o IGCP opta por colocar o montante máximo pré-definido.

 

No primeiro semestre o IGCP emitiu 9,75 mil milhões de euros em dívida de longo prazo, o que corresponde a 63% do total que pretende colocar no mercado este ano em dívida com maturidades acima de um ano (15,4 mil milhões de euros). Tendo já em conta o leilão de hoje, o montante captado em 2019 atinge 10,77 mil milhões de euros, o que representa 70% do pretendido para o ano.

 
(Notícia atualizada às 10:57 com mais informação)

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