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Goldman recomenda aposta na dívida portuguesa para aproveitar compras do BCE

Os juros da dívida portuguesa negoceiam perto de mínimos históricos, mas o Goldman Sachs acredita que há espaço para mais descidas, uma vez que o BCE vai comprar mais dívida do que o mercado está à espera.

Reuters
16 de Julho de 2019 às 11:06
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O Banco Central Europeu vai arrancar em setembro com um novo programa de compra de dívida ("quantitative easing"), aplicando um total que oscilará entre 200 e 250 mil milhões de euros.

 

A estimativa é do Goldman Sachs e duplica as expectativas atuais do mercado, que está incorporar um programa entre 100 e 150 mil milhões de euros, pelo que o banco considera que as obrigações soberanas europeias ainda têm espaço para valorizar.

 

Desta forma, o banco de investimento está a recomendar aos clientes a aposta em títulos de dívida de Portugal e Espanha antes da reunião de 12 de setembro, altura em que a instituição liderada por Mario Draghi deverá oficializar o lançamento de um novo programa de compra de dívida.

 

O Goldman Sachs entende que reforçar as posições longas nas obrigações de Portugal e Espanha é a melhor estratégia para tirar partido da política monetária do BCE, uma vez que nos títulos de dívida de países como França, Bélgica e Áustria o "quantitative easing" da autoridade monetária já está mais descontado. Segundo o Goldman, a dívida da Irlanda também deve ser beneficiada.

 

"Pensamos que há mais margem" para que a dívida europeia "continue a ser suportada" pelo anúncio do programa de compra de ativos na reunião de setembro do BCE, referem os analistas do Goldman, numa nota que está a ser citada pela Bloomberg. "Tal sugere que há mais margem para um ‘rally’", acrescentam.

 

O banco de investimento considera ser "exequível" que Mario Draghi, na última reunião enquanto presidente do BCE (12 de setembro), anuncie um programa de compra de dívida de 25 mil milhões de euros por mês durante nove meses.     

 

As taxas de juro da dívida de diversos países europeias caíram para mínimos históricos depois de Draghi ter sinalizado em Sintra que o BCE iria adotar mais medidas para travar o abrandamento da economia europeia e impulsionar a inflação da região, que persiste bem longe da meta dos 2%.

 

O mercado incorporou que o banco central iria reativar o programa de compra de ativos e baixar a taxa dos depósitos, que já está em terreno negativo (-0,4%).

 

A "yield" das obrigações portuguesas a 10 anos baixou dos 0,30% na sessão de 3 de julho, sendo que desde então registou uma trajetória de agravamento, até aos 0,6% registados ontem de manhã. Esta terça-feira está de novo em queda acentuada, com uma descida de 5,4 pontos base para 0,52%.

 

Nos restantes países periféricos, que estão a ser beneficiados por esta nota do Goldman, a tendência é a mesma. A taxa das obrigações espanholas a 10 anos desce 5 pontos base para 0,45% e nas obrigações italianas com a mesma maturidade a descida é de 5,1 pontos base para 1,59%.

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