Notícia
Toda a dívida portuguesa até sete anos tem juros negativos
Dois dias depois de os juros a seis anos entrarem em terreno negativo no mercado secundário, os juros a sete anos também lá chegaram na sessão de hoje. Assim, toda a dívida portuguesa até sete anos tem juros negativos no mercado secundário.
A nomeação da diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, para a presidência do Banco Central Europeu (BCE) está a ter impacto no mercado secundário das obrigações soberanas da Zona Euro: os juros estão a descer na perspetiva de que Lagarde represente uma continuação de Mario Draghi, a partir de outubro deste ano, seguindo uma política monetária expansionista (juros baixos) para apoiar o crescimento da economia europeia.
É neste contexto que os juros portugueses aliviam em todos os prazos no mercado secundário, atingindo novos mínimos históricos. Pela primeira vez, os juros da dívida portuguesa a sete anos entraram em terreno negativo esta quarta-feira, 3 de julho, um dia depois de os líderes europeus terem decidido nomear a ex-ministra das Finanças francesa para suceder ao atual presidente do BCE, o italiano Mario Draghi.
Além dessa nomeação, as obrigações soberanas estão em queda por causa das nomeações do presidente norte-americano - Christopher Walter e Judy Shelton, que terão de ser confirmados pelo senado - para a Reserva Federal, dois nomes que são vistos como favoráveis a uma descida dos juros diretores, em linha com a vontade de Donald Trump. Em reação a estas nomeações, os juros a dez anos da dívida norte-americana negoceiam abaixo dos 2% em mínimos de 2016.
Segundo os dados da Bloomberg (ver gráfico), a taxa de juro implícita na negociação das obrigações nacionais com prazo de sete anos alivia 6,7 pontos base na sessão de hoje para os -0,045%, um mínimo histórico. Há dois dias, os juros a seis anos tinham entrado em terreno negativo.
Isto significa que, no mercado secundário, os investidores já pagam (em vez de receber juro) para comprar dívida portuguesa nesse prazo. Todas as maturidades até sete anos negoceiam com juro negativo.
No prazo a sete anos, ainda em fevereiro deste ano os juros estavam nos 1%. Em maio passaram para metade, atingindo os 0,5%. Cerca de dois meses depois, os juros ultrapassaram a barreira dos 0%, negociando agora em terreno negativo. Recuando ainda mais, os juros a sete anos chegaram a estar nos 3,5% em 2017 e no pico da crise das dívidas soberanas superaram os 20%.
Esta tendência de queda dos juros já se prolonga há vários meses em todos os prazos da dívida portuguesa, tendo-se intensificado no primeiro semestre deste ano desde que o Banco Central Europeu (BCE) abriu a porta à introdução de mais estímulos para dar gás à economia e à inflação. A expectativa agora é que os juros diretores do banco central se mantenham em mínimos históricos até ao fim do primeiro semestre do próximo ano e a maioria dos investidores e dos economistas até prevê uma descida dos juros em breve.
Fundamental tem sido também o programa de compras do BCE que, apesar de ter terminado no final do ano passado, continua a reinvestir os montantes de obrigações portuguesas que tinha adquirido.
Além disso, Portugal beneficia das sucessivas melhorias do rating da República nos últimos dois anos fruto de vários fatores, nomeadamente a melhoria das contas públicas. Acresce que a expectativa de que a economia desacelere - o que tem um impacto negativo nas cotadas - tende a afastar os investidores de ações (ativos com maior risco) e a aproximá-los de obrigações soberanas (ativos com menor risco).
É neste contexto que os juros portugueses aliviam em todos os prazos no mercado secundário, atingindo novos mínimos históricos. Pela primeira vez, os juros da dívida portuguesa a sete anos entraram em terreno negativo esta quarta-feira, 3 de julho, um dia depois de os líderes europeus terem decidido nomear a ex-ministra das Finanças francesa para suceder ao atual presidente do BCE, o italiano Mario Draghi.
Segundo os dados da Bloomberg (ver gráfico), a taxa de juro implícita na negociação das obrigações nacionais com prazo de sete anos alivia 6,7 pontos base na sessão de hoje para os -0,045%, um mínimo histórico. Há dois dias, os juros a seis anos tinham entrado em terreno negativo.
Isto significa que, no mercado secundário, os investidores já pagam (em vez de receber juro) para comprar dívida portuguesa nesse prazo. Todas as maturidades até sete anos negoceiam com juro negativo.
No prazo a sete anos, ainda em fevereiro deste ano os juros estavam nos 1%. Em maio passaram para metade, atingindo os 0,5%. Cerca de dois meses depois, os juros ultrapassaram a barreira dos 0%, negociando agora em terreno negativo. Recuando ainda mais, os juros a sete anos chegaram a estar nos 3,5% em 2017 e no pico da crise das dívidas soberanas superaram os 20%.
Esta tendência de queda dos juros já se prolonga há vários meses em todos os prazos da dívida portuguesa, tendo-se intensificado no primeiro semestre deste ano desde que o Banco Central Europeu (BCE) abriu a porta à introdução de mais estímulos para dar gás à economia e à inflação. A expectativa agora é que os juros diretores do banco central se mantenham em mínimos históricos até ao fim do primeiro semestre do próximo ano e a maioria dos investidores e dos economistas até prevê uma descida dos juros em breve.
Fundamental tem sido também o programa de compras do BCE que, apesar de ter terminado no final do ano passado, continua a reinvestir os montantes de obrigações portuguesas que tinha adquirido.
Além disso, Portugal beneficia das sucessivas melhorias do rating da República nos últimos dois anos fruto de vários fatores, nomeadamente a melhoria das contas públicas. Acresce que a expectativa de que a economia desacelere - o que tem um impacto negativo nas cotadas - tende a afastar os investidores de ações (ativos com maior risco) e a aproximá-los de obrigações soberanas (ativos com menor risco).