Notícia
Dívida portuguesa a seis anos com juro negativo pela primeira vez
É um novo marco para a dívida pública portuguesa. Os juros a seis anos entraram hoje em terreno negativo no mercado secundário, o que nunca tinha acontecido antes.
Num dia marcado pelo alívio generalizado dos juros das obrigações soberanas da Zona Euro, os juros da dívida portuguesa a seis anos começaram a negociar em terreno negativo no mercado secundário pela primeira vez esta segunda-feira, 1 de julho.
Segundo os dados da Bloomberg (ver gráfico), a taxa de juro implícita na negociação das obrigações nacionais com prazo de seis anos aliviou seis pontos base na sessão de hoje para os -0,03%, um mínimo histórico.
Isto significa que, no mercado secundário, os investidores já pagam (em vez de receber juro) para comprar dívida portuguesa nesse prazo. Todas as maturidades até seis anos negoceiam com juro negativo.
No prazo a seis anos, ainda em janeiro deste ano os juros estavam nos 1%. Em abril passaram para metade, atingindo os 0,5%. Cerca de dois meses depois, os juros ultrapassaram a barreira dos 0%, negociando agora em terreno negativo. Recuando ainda mais, os juros a seis anos chegaram a estar nos 3% em 2017 e no pico da crise das dívidas soberanas superaram os 20% em janeiro de 2012.
Esta tendência de queda dos juros já se prolonga há vários meses em todos os prazos da dívida portuguesa, tendo intensificado no primeiro semestre deste ano desde que o Banco Central Europeu (BCE) abriu a porta à introdução de mais estímulos para dar gás à economia e à inflação. A expectativa agora é que os juros diretores do banco central se mantenham em mínimos históricos até ao fim do primeiro semestre do próximo ano e a maioria dos investidores e dos economistas até prevê uma nova descida dos juros.
Fundamental tem sido também o programa de compras do BCE que, apesar de ter terminado no final do ano passado, continua a reinvestir os montantes de obrigações portuguesas que tinha adquirido.
Além disso, Portugal beneficia das sucessivas melhorias do rating da República nos últimos dois anos fruto de vários fatores, nomeadamente a melhoria das contas públicas. Acresce que a expectativa de que a economia desacelere - o que tem um impacto negativo nas cotadas - tende a afastar os investidores de ações (ativos com maior risco) e a aproximá-los de obrigações soberanas (ativos com menor risco).
Nos últimos tempos também têm sido várias as casas de investimento a dar nota positiva à dívida portuguesa. Esta segunda-feira foi a vez dos analistas do Commerzbank aconselharem os investidores a comprar dívida portuguesa a dez anos em detrimento da dívida francesa no mesmo prazo, que já está em níveis negativos.
No caso de haver mais estímulos monetários, o Commerzbank antecipa uma procura maior por obrigações soberanas de Portugal. Até porque o banco alemão dá por garantida uma nova ronda do programa de compras de dívida pública na Zona Euro com o BCE a intervir no mercado secundário, o que beneficiará a dívida portuguesa.
Segundo os dados da Bloomberg (ver gráfico), a taxa de juro implícita na negociação das obrigações nacionais com prazo de seis anos aliviou seis pontos base na sessão de hoje para os -0,03%, um mínimo histórico.
No prazo a seis anos, ainda em janeiro deste ano os juros estavam nos 1%. Em abril passaram para metade, atingindo os 0,5%. Cerca de dois meses depois, os juros ultrapassaram a barreira dos 0%, negociando agora em terreno negativo. Recuando ainda mais, os juros a seis anos chegaram a estar nos 3% em 2017 e no pico da crise das dívidas soberanas superaram os 20% em janeiro de 2012.
Esta tendência de queda dos juros já se prolonga há vários meses em todos os prazos da dívida portuguesa, tendo intensificado no primeiro semestre deste ano desde que o Banco Central Europeu (BCE) abriu a porta à introdução de mais estímulos para dar gás à economia e à inflação. A expectativa agora é que os juros diretores do banco central se mantenham em mínimos históricos até ao fim do primeiro semestre do próximo ano e a maioria dos investidores e dos economistas até prevê uma nova descida dos juros.
Fundamental tem sido também o programa de compras do BCE que, apesar de ter terminado no final do ano passado, continua a reinvestir os montantes de obrigações portuguesas que tinha adquirido.
Além disso, Portugal beneficia das sucessivas melhorias do rating da República nos últimos dois anos fruto de vários fatores, nomeadamente a melhoria das contas públicas. Acresce que a expectativa de que a economia desacelere - o que tem um impacto negativo nas cotadas - tende a afastar os investidores de ações (ativos com maior risco) e a aproximá-los de obrigações soberanas (ativos com menor risco).
Nos últimos tempos também têm sido várias as casas de investimento a dar nota positiva à dívida portuguesa. Esta segunda-feira foi a vez dos analistas do Commerzbank aconselharem os investidores a comprar dívida portuguesa a dez anos em detrimento da dívida francesa no mesmo prazo, que já está em níveis negativos.
No caso de haver mais estímulos monetários, o Commerzbank antecipa uma procura maior por obrigações soberanas de Portugal. Até porque o banco alemão dá por garantida uma nova ronda do programa de compras de dívida pública na Zona Euro com o BCE a intervir no mercado secundário, o que beneficiará a dívida portuguesa.