Notícia
Dívida portuguesa a cinco anos com juro negativo pela primeira vez
É um novo marco para a dívida pública portuguesa. Os juros a cinco anos entraram hoje em terreno negativo, o que nunca tinha acontecido.
A melhoria da perspetiva pela Fitch e o resultado das eleições europeias formaram as condições que permitiram aos juros da dívida portuguesa a cinco anos começar a negociar em terreno negativo pela primeira vez esta segunda-feira, 27 de maio.
A taxa de juro implícita na negociação de obrigações nacionais com prazo de cinco anos está a aliviar 1,8 pontos base para -0,004%, acumulando três sessões de quedas. Isto significa que, no mercado secundário, os investidores já pagam (em vez de receber juro) para comprar dívida portuguesa nesse prazo. Todas as maturidades até cinco anos negoceiam com juro negativo no mercado secundário.
No prazo a cinco anos, os juros abandonaram o patamar dos 1% em 2017 e o patamar dos 0,5% em 2018, passando em 2019 a negociar perto dos 0%.
Segundo a série histórica da Bloomberg (ver gráfico), que começa em 1999, os juros portugueses a cinco anos nunca tinham estado em níveis negativos. A taxa é assim a mais baixa de sempre, pois em 1997 a moeda portuguesa ainda era o escudo e nessa altura os custos de financiamento do Estado eram bem mais elevados.
Esta tendência de queda dos juros já se prolonga há vários meses, tendo intensificado no primeiro semestre deste ano. Na semana passada, a 23 de maio, os juros portugueses a dez anos - o prazo de referência para as obrigações soberanas - negociaram abaixo dos 1% pela primeira vez e assim se mantêm desde então. Hoje fixaram um novo mínimo em 0,944%.
Na sessão de hoje, as obrigações portuguesas beneficiam de dois fatores. Por um lado, na passada sexta-feira, a agência de rating Fitch melhorou a perspetiva da dívida portuguesa de "estável" para "positiva", sinalizando que em breve pode decidir melhorar rating do país, o que poderá acontecer em novembro. Portugal tem sido beneficiado pelas sucessivas melhorias do rating da República nos últimos dois anos fruto de vários fatores, nomeadamente a melhoria das contas públicas.
Por outro lado, as obrigações soberanas estão a beneficiar dos resultados das eleições europeias que terminaram este domingo, 26 de maio. Tal acontece porque houve uma contenção da votação nos movimentos eurocéticos, populistas e de extrema-direita face às sondagens que antecederam o momento da eleição e causaram alguma perturbação nos mercados. Os dados indicam que os partidos pró-europeus garantiram dois terços dos eurodeputados.
Fundamental tem sido também o programa de compras do BCE que, apesar de ter terminado no final do ano passado, continua a reinvestir os montantes de obrigações portuguesa que tinha adquirido.
Todos estes fatores levaram a reduções graduais dos juros da dívida nacional negociada em mercado secundário, assim como nas emissões no mercado primário realizadas pelo IGCP, a entidade que gere a dívida pública.
A taxa de juro implícita na negociação de obrigações nacionais com prazo de cinco anos está a aliviar 1,8 pontos base para -0,004%, acumulando três sessões de quedas. Isto significa que, no mercado secundário, os investidores já pagam (em vez de receber juro) para comprar dívida portuguesa nesse prazo. Todas as maturidades até cinco anos negoceiam com juro negativo no mercado secundário.
Segundo a série histórica da Bloomberg (ver gráfico), que começa em 1999, os juros portugueses a cinco anos nunca tinham estado em níveis negativos. A taxa é assim a mais baixa de sempre, pois em 1997 a moeda portuguesa ainda era o escudo e nessa altura os custos de financiamento do Estado eram bem mais elevados.
Esta tendência de queda dos juros já se prolonga há vários meses, tendo intensificado no primeiro semestre deste ano. Na semana passada, a 23 de maio, os juros portugueses a dez anos - o prazo de referência para as obrigações soberanas - negociaram abaixo dos 1% pela primeira vez e assim se mantêm desde então. Hoje fixaram um novo mínimo em 0,944%.
Na sessão de hoje, as obrigações portuguesas beneficiam de dois fatores. Por um lado, na passada sexta-feira, a agência de rating Fitch melhorou a perspetiva da dívida portuguesa de "estável" para "positiva", sinalizando que em breve pode decidir melhorar rating do país, o que poderá acontecer em novembro. Portugal tem sido beneficiado pelas sucessivas melhorias do rating da República nos últimos dois anos fruto de vários fatores, nomeadamente a melhoria das contas públicas.
Por outro lado, as obrigações soberanas estão a beneficiar dos resultados das eleições europeias que terminaram este domingo, 26 de maio. Tal acontece porque houve uma contenção da votação nos movimentos eurocéticos, populistas e de extrema-direita face às sondagens que antecederam o momento da eleição e causaram alguma perturbação nos mercados. Os dados indicam que os partidos pró-europeus garantiram dois terços dos eurodeputados.
Fundamental tem sido também o programa de compras do BCE que, apesar de ter terminado no final do ano passado, continua a reinvestir os montantes de obrigações portuguesa que tinha adquirido.
Todos estes fatores levaram a reduções graduais dos juros da dívida nacional negociada em mercado secundário, assim como nas emissões no mercado primário realizadas pelo IGCP, a entidade que gere a dívida pública.