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BCE supera os 63 mil milhões de euros no melhor mês das compras de activos

Ascendeu a 1,174 mil milhões de euros o montante adquirido pela instituição liderada por Mario Draghi em obrigações do Tesouro portuguesas. A maturidade média dos títulos também foi maior, naquele que é, até agora, o melhor mês das compras de activos. O objectivo mensal do BCE é de 60 mil milhões.

BCE
01 de Junho de 2015 às 15:01
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O Banco Central Europeu (BCE) adquiriu um total de 63,088 mil milhões de euros em activos, ao longo do mês de Maio. O valor mais elevado de sempre desde o início das compras de dívida soberana. No que toca aos activos portugueses, também o montante alcançado foi superior, tendo ascendido quase a 1,2 mil milhões de euros. E a maturidade média das respectivas obrigações do Tesouro nacionais foi também superior.

 

A instituição monetária da Zona euro comprou 12,455 mil milhões de euros em activos na semana terminada a 29 de Maio, segundo os dados revelados esta segunda-feira, 1 de Junho. A aquisição de activos do sector público ascendeu a 12,455 mil milhões, mais que os 11,819 mil milhões registados no período anterior. No que toca às "covered bonds", o BCE adquiriu 2,303 mil milhões, acima dos 2,046 mil milhões anteriores.

 

Mas foram as compras de instrumentos de dívida titularizados que surpreenderam. O banco central liderado por Mario Draghi (na foto) investiu 982 milhões de euros nestes activos, o valor mais elevado desde Novembro de 2014, quando iniciou a aquisição dos mesmos. Feitas as contas, o BCE adquiriu 63,088 mil milhões de euros em activos ao longo do mês de Maio. Desde que começaram as compras de dívida soberana em Março, a instituição ainda não tinha registado um montante mensal tão elevado.

 

Recorde-se que o objectivo publicamente assumido pelo BCE é de investir cerca de 60 mil milhões de euros em activos por mês. Mas Benoît Coeuré a 19 de Maio, já havia avançado que a instituição monetária pretendia acelerar a compra de activos durante Maio e Junho, de modo a prevenir face à tradicional baixa liquidez que caracteriza os meses de verão. "O aumento das compras de activos que os analistas vão assistir nas próximas semanas não tem nada a ver com a recente volatilidade dos mercados", garantiu, então, o membro do Conselho Executivo do BCE. E esclareceu que, "se necessário, este aumento será equilibrado com uma redução em Setembro, quando a liquidez volta, novamente, a aumentar".

 

BCE compra mais dívida portuguesa

Após ter aumentado ligeiramente a aquisição de obrigações do Tesouro portuguesas entre Março e Abril – de 1,073 mil milhões de euros para 1,084 mil milhões -, a instituição monetária da zona Euro voltou a acelerar. Foram mais 90 milhões em Maio, com o total a ascender a 1,174 mil milhões.

 

Mas as compras de activos do sector público aumentaram no geral. O BCE comprou, no último mês, um total de 51,623 mil milhões de euros nestes títulos de dívida, quando em Março e Abril o montante ficou-se por cerca de 47 mil milhões. No somatório dos três meses, a instituição liderada por Mario Draghi comprou 146,679 mil milhões em activos do sector público.

 

A Alemanha, devido à maior participação no banco central, é o país do qual o BCE tem comprado mais títulos. São já 34,355 mil milhões de euros, seguidos dos 26,861 mil milhões em dívida soberana de França e os 23,417 mil milhões em títulos de Itália. Em grande destaque estão também os títulos de dívida de organizações internacionais e de bancos de desenvolvimento sediados na Zona Euro. É que a instituição monetária da Zona Euro já comprou 17,6 mil milhões activos das instituições supranacionais, sendo que só em Maio foram 6,173 mil milhões.

 

Maturidade média volta a recuar

Se em Março a maturidade média dos títulos do sector público adquiridos pelo BCE era de 8,56 anos, em Abril o montante acumulado já reflectia um prazo de apenas 8,25 anos. Agora, adicionados os activos comprados ao longo de Abril, a maturidade cai para 8,07 anos.

 

A grande diferença é notória nos títulos alemães, cujo prazo médio caiu de 7,9 para 7,11 anos. Uma evolução que deverá estar relacionada com as taxas de juro das obrigações alemães no mercado que, entre Março e Abril, registava "yields" negativas na grande maioria das maturidades. Um factor que terá condicionado a compra destes títulos pelo BCE. Com a recente subida dos juros, que levou a grande maioria a voltar a valores positivos, a instituição parece estar mais focada em comprar títulos com prazos mais curtos.

 

Por outro lado, o total de dívida soberana portuguesa comprada pelo BCE tem, agora, uma maturidade média superior. Ascende a 10,84 anos, quando em Abril era de 10,77 anos. Mas ao contrário do que foi registado no balanço dos primeiros dois meses do programa, já não são os títulos portugueses que têm a maior maturidade média. São os 11,05 anos dos títulos de Malta, cujo montante, ainda assim, é de apenas 143 milhões de euros.

 

(Notícia actualizada às 15h46, com mais informação)

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