O Banco Central Europeu (BCE) comprou mais de 15 mil milhões de euros em activos, ao longo da última semana. O investimento global abrandou face à última semana, mas registou-se um acelerar no peso das compras de dívida pública por parte da autoridade monetária numa altura marcada por uma forte volatilidade nos títulos soberanos.

O montante gasto pela instituição liderada por Mario Draghi compara negativamente com os 15.737 milhões de euros aplicados na última semana de Maio, sendo 7,4% inferior aos 16.601 milhões registados na mesma semana do mês passado. Houve um abrandamento depois de em Maio a meta dos 60 mil milhões ter sido superada: foram feitas compras no valor de 63.088 milhões.

Apesar deste abrandamento global, que considera além da dívida pública as "covered bonds" e os instrumentos de dívida titularizados, a aquisição de obrigações soberanas acelerou. De acordo com os dados revelados pelo BCE, na primeira semana deste mês de Junho foram investidos 12.921 milhões de euros na compra destes activos. No final de Maio tinha gasto 12.455 milhões.

O acelerar da compra de obrigações dos países do euro – o BCE tem já mais de três mil milhões de euros em obrigações portuguesas obtidos no âmbito deste programa – aconteceu num período marcado por uma grande agitação nos mercados de dívida. A taxa das obrigações alemãs disparou, sendo que os juros dos restantes países também subiram.

Além da tensão em torno da Grécia, os investidores têm estado a reagir ao impacto positivo que este programa do BCE está a ter na inflação, sinalizando que Draghi está a conseguir ser bem-sucedido. Mas a escalada das taxas de juro é reflexo, também, da menor liquidez que se está a verificar no mercado com a chegada do Verão. É por causa da reduzida liquidez que o BCE acelerou as compras em Maio e deverá fazê-lo agora em Junho.