O Banco Central Europeu (BCE) revelou que iria acelerar o programa de compra de activos em antecipação ao período das férias, marcado pela menor liquidez. Mas os números das compras semanais revelam que está a fazer o contrário: o valor gasto pela autoridade monetária recuou pela segunda semana consecutiva. Gastou, na semana passada, apenas 13,9 mil milhões de euros.

Depois de ter acelerado as compras em Maio, quando alcançou os 63 mil milhões de euros em dívida pública, "covered bonds" e instrumentos de dívida titularizados, na última semana gastou menos 9,4% que na anterior (que também já tinha ficado aquém do valor gasto na semana anterior). Na mesma semana do mês passado, o BCE tinha gasto 16,78 mil milhões com estas operações.

Dos 13,9 mil milhões de euros gastos, cerca de três quartos foi para a compra de títulos de dívida soberana, revelam os dados do BCE. Só na aquisição destas obrigações, e num contexto de grande volatilidade na dívida soberana, Mario Draghi, o presidente do BCE, aplicou 10,65 mil milhões de euros.

Quase metade da meta mensal atingida

Apesar de o valor investido ao abrigo deste programa de compra de activos com o qual o BCE procura puxar pela inflação na Zona Euro, o montante gasto até meio deste mês está a praticamente metade da meta de 60 mil milhões de euros definida pela autoridade monetária dos países que partilham a moeda única.

No total, nas duas primeiras semanas o BCE gastou 29,3 mil milhões de euros, ficando a faltar-lhe 30,7 mil milhões para os 60 mil milhões. Mas como o objectivo é o de comprar já mais títulos antes da chegada do Verão, período em que a liquidez no mercado é, tradicionalmente, inferior, o BCE deverá gastar mais dinheiro com estes títulos ao longo das próximas semanas.