O Banco Central Europeu (BCE) comprou quase 14 mil milhões de euros em activos, ao longo da última semana. Actuando sob os programas de compra de activos do sector público, "covered bonds" e instrumentos de dívida titularizados, o montante alcançado pela instituição foi inferior aos registados nas duas semanas anteriores. Ainda assim, o objectivo mensal de 60 mil milhões de euros deverá ser alcançado.

A instituição liderada por Mario Draghi (na foto) adquiriu 11.819 milhões de euros em activos do sector público, na semana terminada a 22 de Maio. Um valor inferior ao registado nas primeiras duas semanas do mês - quase 17 mil milhões em cada -, mas também face à media semanal desde o início do programa, em Março, que é de 12,2 mil milhões.

Já as compras de "covered bonds" ascenderam a 2.046 milhões de euros, abaixo dos 2.783 milhões no período equivalente anterior. A aquisição de instrumentos de dívida titularizados foi de apenas 99 milhões de euros, quando na semana passada ascendeu a 304 milhões. No total, entre os três programas de compras de activos, o banco central já comprou cerca de 223 mil milhões de euros.

Feitas as contas, o BCE comprou um total de 13.964 milhões de euros em activos entre 18 e 22 de Maio. Apesar de o ritmo ter abrandado face às duas semanas anteriores, a instituição monetária da Zona Euro deverá alcançar o seu objectivo mensal. Somando os montantes adquiridos nas primeiras três semanas do mês, a intervenção do banco central ascende já a 47.348 milhões. Desta forma, a instituição terá apenas de comprar 12.652 milhões em activos ao longo desta semana, de modo a atingir o objectivo mensal de 60 mil milhões.

Este abrandamento surge depois de na passada terça-feira, 19 de Maio, Benoît Coeuré ter afirmado "o aumento das compras de activos que os analistas vão assistir nas próximas semanas nada tem a ver com a recente volatilidade dos mercados". O membro do Conselho Executivo do BCE avançou que a ideia é acelerar as compra de activos durante Maio e Junho para assegurar a tradicional baixa liquidez, que caracteriza os meses de verão. "Se necessário, este aumento será equilibrado com uma redução em Setembro, quando a liquidez volta, novamente, a aumentar", acrescentou. 

Além disso, os relatos da reunião de política monetária de 15 Abril, publicados na semana passada, revelaram que os responsáveis da instituição monetária consideram que "a expansão das compras de activos progrediu facilmente, desde o início das compras de activos do sector público". Ainda assim, se houver dificuldades com a liquidez dos activos, "o desenho do programa [de compra de activos do sector público] dava flexibilidade suficiente para que seja adaptado, caso as circunstâncias mudem e essa necessidade apareça".