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Stress no Deutsche Bank coloca bolsas no vermelho e juros em alta
O maior banco da Europa continua a determinar a tendência nos mercados. O Deutsche Bank está a afundar, contagiando as bolsas. Os investidores também saem da dívida dos periféricos e refugiam-se no dólar, no ouro e nas bunds.
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Os mercados em números
PSI-20 desce 1,23% para 4.548,66 pontos
Stoxx 600 desvaloriza 1,51% para 337,56 pontos
Nikkei caiu 1,46% para 16.449,84 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos avançam 6,7 pontos base para 3,37%
Euro desce 0,3% para 1,1188 dólares
Petróleo em Londres desce 1,62% para 48,44 dólares o barril
Deutsche Bank afunda bolsas
O arranque da sessão nos mercados financeiros volta a ser marcado pelo stress relacionado com o maior banco da Europa. As acções do Deutsche Bank afundam mais de 8% e já atingiram novos mínimos históricos, depois de a Bloomberg ter ontem à noite noticiado que vários fundos que recorrem ao banco alemão para fazer a negociação de contratos derivados, usando-o como contraparte na garantia das transacções, estão a retirar operações e fundos que têm alocados na instituição.
Esta notícia levou Wall Street a fechar no vermelho, que se estendeu às praças asiáticas e às bolsas europeia neste início de sessão. O Stoxx desce 1,51% e vários índices europeus marcam já perdas acima de 2%. Em Lisboa o sentimento também é negativo, com o PSI-20 a ceder mais de 1%, penalizado pelo BCP e Galp Energia.
Juros de Portugal avançam
Numa sessão de maior turbulência os investidores estão a fugir dos activos de maior risco e a dívida portuguesa está por isso a ser penalizada. Os juros das obrigações do Tesouro a 10 anos cedem mais de 6 pontos base para 3,37%, alargando o "spread" face à dívida alemã para 358 pontos base. O juros das bunds a 10anos cede 4 pontos base para -0,155%.
A pressionar a dívida portuguesa estão ainda as declarações de responsáveis da DBRS, que em entrevista à Bloomberg mostram-se preocupados com a recente escalada das "yields" da dívida portuguesa.
Euro perde terreno
Os investidores estão também a procurar refugio no dólar, o que está a penalizar o câmbio do euro face à moeda norte-americana. O euro cede 0,3% para 1,1188 dólares, num dia em que vai ser conhecida a primeira estimativa para a taxa de inflação da Zona Euro em Setembro. Um indicador para medir a eficácia do programa de estímulos do BCE.
Ouro serve de refúgio
O ouro serve habitualmente de refúgio em momentos de maior turbulência e hoje volta a acontecer o mesmo. O metal precioso está a ganhar 0,45% para 1.326,32 dólares a onça. Já a prata valoriza 0,44% para 19,18 dólares. Entre as restantes matérias-primas, as agrícolas estão em queda ligeira e os metais industriais seguem estáveis.
Efeito OPEP perde força
O petróleo também está a perder terreno, à medida que crescem no mercado as dúvidas sobre a capacidade dos países membros da OPEP em cumprir o acordado esta semana, de limitar as suas quotas de produção.
Mais do que o valor do corte, os investidores estão agora focados na capacidade de levar avante este anúncio. "O mercado tem dúvidas se a OPEP vai ser capaz de alcançar o plano para reduzir a produção", explica Jens Nærvig Pedersen, analista do Danske Bank. Também o Goldman Sachs e o Citigroup estão cépticos em relação à capacidade do cartel implementar o acordo, tendo decidido, por isso, manter inalteradas as suas projecções para o crude.
O Brent em Londres cede 1,62% para 48,44 dólares e o WTI, em Nova Iorque, recua 1,44% para 47,14 dólares. Nas últimas duas sessões a matéria-prima avançou cerca de 7%.