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Acções do Deutsche Bank sobem após garantias do CEO
A impulsionar os títulos estão ainda as estimativas do Goldman Sachs, que acredita que o Deutsche Bank vai acabar por pagar apenas entre 2,8 mil milhões e 8,1 mil milhões de dólares às autoridades norte-americanas.
As acções do Deutsche Bank voltaram aos ganhos depois de terem chegado a afundar quase 9% para um novo mínimo histórico abaixo dos 10 euros.
Esta reviravolta acontece depois de o CEO da instituição ter garantido que, nas últimas décadas, o balanço do banco nunca foi tão estável, e de o Goldman Sachs ter estimado que o Deutsche Bank vai acabar por pagar entre 2,8 mil milhões e 8,1 mil milhões de dólares às autoridades norte-americanas.
Os títulos do banco valorizam 0,64% para 10,945 euros, depois de terem chegado a negociar nos 9,898 euros, reagindo à notícia veiculada pela Bloomberg de que vários fundos que recorrem ao Deutsche Bank para fazer a negociação de contratos derivados, usando-o como contraparte na garantia das transacções, estão a retirar operações e fundos que têm alocados no banco alemão.
Com o objectivo de pôr água na fervura, o próprio presidente executivo do banco, John Cryan, fez uma comunicação interna aos funcionários, onde realça que a instituição diminuiu a exposição a riscos nos últimos anos, e que, "nas últimas duas décadas" o balanço do banco nunca foi "tão estável".
John Cryan destaca na nota aos funcionários que nos últimos tempos o banco tem sido alvo de "especulação dos media" e que o "trabalho [do Deutsche Bank] é assegurar que esta percepção distorcida não tem um impacto forte no negócio do dia-a-dia", de acordo com a Bloomberg.
"A confiança é a chave do negócio da banca", realçou, considerando que "há forças no mercado que querem minar a confiança" no maior banco da Europa.
John Cryan tentou assim trazer alguma tranquilidade, numa altura em que o banco tem estado no centro das preocupações devido aos seus níveis de capital e à forma como enfrentaria uma multa dos Estados Unidos de 14 mil milhões de dólares.
A hipótese de uma ajuda do Estado já foi afastada pelo próprio Governo alemão que, esta semana, negou estar a preparar qualquer plano para lidar com a incapacidade do Deutsche Bank reforçar o seu capital.
Também o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem descartou, esta sexta-feira, a possibilidade de o banco ser recapitalizado com o dinheiro dos contribuintes alemães.
O maior banco da Europa tem que sobreviver "por si só" e sem a assistência do Estado alemão, afirmou o ministro das Finanças da Holanda, que é também o presidente do grupo que reúne os seus homólogos da Zona Euro. As declarações, citadas pela Reuters, foram efectuadas depois do Conselho de Ministros do Executivo holandês.