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Dijsselbloem  "preocupado" com multas pesadas dos EUA a bancos europeus

O ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo disse estar "genuinamente preocupado" com as pesadas multas impostas pelo regulador norte-americano a bancos europeus.

Reuters
Negócios 29 de Setembro de 2016 às 18:55
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As multas impostas pelas autoridades dos Estados Unidos a bancos europeus são tão elevadas que o resultado prático é uma transferência de capital angariado na Europa para o outro lado do Atlântico e o risco de mais dinheiro público ser necessário para os reabilitar, afirmou o ministro holandês das Finanças e presidente do Eurogrupo. Falando no parlamento holandês,  Jeroen Dijsselbloem disse estar "genuinamente preocupado" com uma situação que disse ser "prejudicial e arriscada para a estabilidade financeira" mundial.

Citado pelo jornal holandês "Financieeldagblad", Dijsselbloem salientou que os bancos cometeram erros, devem ser multados e os respectivos gestores e investidores devem sofrer as consequências. Mas não faz sentido, acrescentou, as multas serem pesadas a ponto de colocarem os bancos numa situação tão débil que sejam forçados a recorrer a ajudas públicas e, logo, a dinheiro dos contribuintes.


A discussão surgiu a propósito da multa aplicada ao Deutsche Bank, embora o ministro holandês se tenha mostrado confiante de que o maior banco alemão terá capital suficiente para acomodar a penalidade que eventualmente venha a ser fixada em definitivo.


O Departamento de Justiça dos Estados Unidos quer aplicar ao Deutsche Bank a maior multa alguma vez infligida a um banco estrangeiro: 14 mil milhões de dólares. Tudo para encerrar um processo ligado aos créditos imobiliários de baixa qualidade (o chamado subprime), que fizeram rebentar a crise de 2008, sendo o banco acusado de ter vendido produtos tóxicos aos clientes sem os avisar. 

Esta não é a primeira vez que o Deutsche Bank é condenado pelo envolvimento na crise do subprime, tendo já pago 1,9 mil milhões de dólares em 2013. Também não é o primeiro banco a ser sancionado por práticas ilegais que conduziram à crise financeira internacional. A multa recorde - 16.650 milhões de dólares – foi, em 2014, aplicada ao Bank of America. 

Contudo, os bancos tem saído a ganhar sempre que têm contestado o valor das sanções. Em 2014, por exemplo, o Citigroup conseguiu reduzir para 7 mil milhões de dólares uma multa inicialmente fixada  em 12 mil milhões de dólares. A confirmar-se, o valor da sanção destinada ao banco alemão será a segunda maior de sempre. 


A revista Visão fez a lista dos bancos condenados por causa do subprime, que já rendeu aos cofres do tesouro norte-americano cerca de 45,8 mil milhões de dólares (40,7 mil milhões de euros):

Bank of America (2014) – 16,7 mil milhões de dólares

JP Morgan Chase (2013) – 13 mil milhões de dólares

Citigroup (2016) – 7 mil milhões de dólares

Goldman Sachs (2016) – 5,1 mil milhões de dólares

Deutsche Bank (2015) – 1,9 mil milhões de dólares

Morgan Stanley (2016) – 1,25 mil milhões de dólares

UBS (2015) – 885 milhões de dólares

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