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Apuros do Deutsche Bank pressionam sector financeiro e deprimem Wall Street
As principais bolsas norte-americanas fecharam no vermelho, pressionadas sobretudo pelo sector financeiro, que teve um mau desempenho devido aos receios em torno do Deutsche Bank, que marcou um novo mínimo histórico.
O Standard & Poor’s 500 fechou esta quinta-feira a recuar 0,90% para 2.151,12 pontos e o índice industrial Dow Jones cedeu 1,07% para se fixar nos 18.143,38 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite, por seu lado, desvalorizou 0,93% para 5.269,15 pontos.
O "efeito OPEP" terminou. Depois de ontem o anúncio de um acordo para limitar a produção de petróleo dos membros da organização ter impulsionado os preços do crude e, por consequência, os títulos da energia, hoje as atenções voltaram a virar-se para o sector financeiro. E o cenário continua a assustar.
Os títulos da categoria financeira listados no S&P 500 caíram 1,5% agregadamente, devido aos receios de que os apuros do Deutsche Banl se estendam a todo o sector da banca a nível mundial.
Inúmeros fundos que recorrem ao Deutsche Bank para fazer a negociação de contratos derivados, usando-o como contraparte na garantia das transacções, estão a retirar as suas operações e o dinheiro que têm alocado no banco alemão, avançou hoje a Bloomberg, o que veio intensificar as preocupações em torno desta instituição financeira.
Ainda na Alemanha, a notícia de que o Commerzbank irá despedir 9.600 pessoas contribuiu para agravar a tendência baixista no sector financeiro.
Por outro lado, o Wells Fargo continua igualmente a perder terreno, ainda no âmbito do escândalo das contas-fantasma criadas por 5.300 trabalhadores do banco norte-americano que foram entretanto despedidos – parte dos quais avisaram ontem que vão processar a instituição, alegando que seguiram ordens que beneficiaram directamente o CEO John Stumpf.
Também a saúde esteve hoje a ter uma má performance nas bolas norte-americanas, devido à especulação de que as normas mais apertadas irão penalizar os lucros do sector. A Johnson & Johnson e a Pfizer caíram mais de 1,7%, liderando as perdas entre os títulos farmacêuticos.