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Fecho dos mercados: BCE acelera ganhos nas bolsas e no petróleo. Euro cai e juros aliviam
A possibilidade do BCE aumentar a dimensão do seu programa de compras de dívida acelerou os ganhos nas bolsas europeias e no petróleo, enquanto os juros estiveram a aliviar. Já o euro segue abaixo dos 1,11 dólares.
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Os mercados em números
PSI-20 subiu 1,53% para 5.165,68 pontos
Stoxx 600 valorizou 2,37% para 362,24 pontos
S&P 500 soma 0,92% para 1.966,87 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recuou 11,3 pontos base para 2,563%
Euro desce 1,22% para 1,1090 dólares
Petróleo sobe 2,85%, para 47,57 dólares por barril em Nova Iorque
Bolsas disparam à espera de mais estímulos
As bolsas europeias fecharam a sessão com ganhos expressivos. O índice europeu Stoxx 600 valorizou 2,37%, numa sessão em que as bolsas do Velho Continente encerraram com subidas entre 2 e 3%, a reagirem ao anúncio de mais estímulos na Europa. O presidente do BCE adiantou que está disponível para aumentar mais dívida pública na região, bem como alargar a dimensão do programa de compra de activos que tem no terreno até Setembro de 2016. Estas palavras foram bem recebidas pelos investidores, contrariando o sentimento negativo que tem marcado a negociação nos mercados nas últimas semanas devido à crise na China.
A bolsa de Lisboa acompanhou os ganhos, ainda que em menor proporção. O PSI-20 subiu 1,53%, suportado pelas valorizações do sector energético. A Galp destacou-se com uma subida de 4,13% para 9,39 euros, impulsionada pela forte subida das cotações do petróleo. Ainda no sector da energia, a EDP cresceu 2,61% para 3,11 euros e a EDP Renováveis somou 2,06 para 6,00 euros. Já o BCP esteve a impedir uma subida mais acentuada do índice. O banco caiu 2,83% para 0,058 euros.
Juros aliviam após reunião do BCE
Tal como acontece nos mercados accionistas, também a dívida reagiu positivamente ao discurso de Mario Draghi. A "yield" a 10 anos de Portugal caiu 11,3 pontos base para 2,563%, depois de o presidente do BCE ter manifestado abertura para reforçar a compra de dívida soberana, uma medida que deverá beneficiar os juros da República. Já as "bunds" alemãs recuaram 5,8 pontos para 0,724%, colocando o "spread" face à dívida portuguesa em 183,94 pontos.
Euribor estacionada em mínimos
A Taxa Euribor a três meses voltou a ficar inalterada na última sessão. O indexante, um dos mais utilizados pelos portugueses nos seus contractos de crédito à habitação, permaneceu em mínimos históricos, em -0,033%, no dia em que o BCE manteve a sua taxa directora em mínimos (0,05%).
Euro abaixo de 1,11 dólares
A moeda única europeia está a cair mais de 1%, para negociar no valor mais baixo em duas semanas, perante a expectativa que o BCE injecte mais dinheiro na região. O euro desce 1,22% para 1,1090 dólares, com a divisa a ser pressionada pelo anúncio de que a autoridade monetária europeia poderá aumentar o seu programa de compras de dívida, após a sua reunião de política monetária. O BCE reviu ainda em baixa a sua previsão de crescimento económico e da inflação para a Zona Euro para este ano e os próximos.
Petróleo dispara mais de 4%
Os preços do petróleo estão a disparar esta quinta-feira, suportados pela expectativa de novas medidas para impulsionar a economia europeia. O WTI, negociado em Nova Iorque, sobe 2,85%, para 47,57 dólares por barril, mas já chegou a ganhar mais de 4,5%, depois do BCE se mostrou pronto para agir. A perspectiva de novas medidas para animar o crescimento na Europa está a dominar a negociação, com os investidores confiantes que os estímulos possam manter a economia mundial rumo ao crescimento, num momento em que a China está a abrandar.
Ouro cai pelo segundo dia
O metal precioso está a desvalorizar pela segunda sessão consecutiva, com os investidores à espera de indicadores económicos nos EUA. O ouro cai 0,85% para 1.124,46 dólares por onça, num momento em que se vai aproximando a data da reunião da Reserva Federal dos EUA, aumentando a incerteza em relação à subida de juros no país. Amanhã será conhecida taxa de desemprego relativa a Agosto. Caso o mercado laboral demonstre sinais de robustez, o banco central americano poderá acelerar o regresso à normalização de taxas no país.
Destaques do dia
BCE pode comprar mais dívida pública e admite reforçar alívio quantitativo. Mario Draghi anunciou que o BCE poderá comprar uma percentagem maior da dívida pública dos estados-membros da Zona Euro e admitiu aumentar a dimensão do programa de compra de activos.
BCE mantém taxa de juro de referência em mínimo. 0,05%. Tal como esperado pelos economistas, continua a ser esta a taxa de juro de referência definido pelo BCE. Os depósitos na autoridade monetária também continuam a custar dinheiro, já que a taxa segue nos -0,2%.
Governo reitera que "não há impacto directo para o contribuinte" com a venda do Novo Banco. O ministro Marques Guedes garante que a venda do Novo Banco não tem "nenhum impacto directo para o contribuinte português" e assegura que a contabilização, ou não, do empréstimo ao Fundo de Resolução "é uma medida que ainda está para ser decidia pelo Eurostat".
Actividade económica na Zona Euro pôs o pé no acelerador em Agosto. O indicador mensalmente calculado pela Markit sugere que a actividade na indústria e nos serviços cresceu em Agosto ao ritmo mais rápido dos últimos quatro anos.
Bloomberg: UniCredit prepara-se para cortar 10 mil postos de trabalho. O grupo italiano prevê a redução de cerca de 7% do seu quadro laboral, de acordo com informações avançadas pela agência Bloomberg. Os mercados afectados serão Itália mas também Alemanha e Áustria.
O que vai acontecer sexta-feira
Portugal. Data agendada para possível revisão do "rating" pela agência de notação financeira Moody’s.
G20. Reunião dos ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G20.
EUA. Taxa de desemprego, em Agosto [anterior: 5,3%; estimativa: 5,3%]