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BCE pode comprar mais dívida pública e admite reforçar alívio quantitativo
Mario Draghi anunciou que o BCE poderá comprar uma percentagem maior da dívida pública dos estados-membros da Zona Euro e admitiu aumentar a dimensão do programa de compra de activos.
Cada leilão de dívida de países da moeda única poderá agora contar com uma presença mais reforçada do Banco Central Europeu (BCE) nessas emissões. Segundo anunciou o presidente do BCE hoje, 3 de Setembro, a percentagem máxima de dívida pública que pode ser comprada aumentou de 25% para 33%, embora seja necessário fazer uma avaliação "caso a caso".
Avisando que o Conselho de Governadores irá acompanhar toda a nova informação relevante, Draghi sublinhou que o conselho está preparado para actuar se necessário, "utilizando todos os instrumentos disponíveis no seu mandato e, em particular, lembra que o programa de compra de activos [conhecido como alívio quantitativo ou QE] tem flexibilidade suficiente para ajustar a dimensão, a composição e a duração do programa". Uma declaração que está a ser interpretada como uma pista para um reforço futuro do programa.
O banqueiro central acrescentou ainda que, entretanto, o BCE pretende cumprir o objectivo de compras mensais de 60 mil milhões de euros. O objectivo é que elas continuem até Setembro de 2016, mas podem ir "mais longe se necessário", disse também Draghi. A sua extensão está dependente do ajustamento da trajectória da inflação, até que as previsões de médio prazo apontem para a meta do BCE, um valor abaixo mas próximo dos 2%.
No entanto, Draghi explicou que na reunião de hoje não foi discutido alterar a dimensão ou o ritmo do programa de compra de activos. O aumento do limite de dívida pública de 25% para 33% teve como objectivo "manter uma implementação suave do programa de compras do sector público", justificou.
Para já, as bolsas estão a reagir positivamente às declarações do presidente do BCE.