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Garantias do BCE levam preços do petróleo a subir
Os preços do petróleo nos mercados internacionais estão a subir depois de Mario Draghi ter assegurado ir usar todas as ferramentas no âmbito do seu mandato para apoiar a recuperação económica.
Os preços do petróleo regressaram às subidas, depois de esta manhã terem estado a recuar penalizados pela subida das reservas de crude nos Estados Unidos. O Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e que serve de referência para as importações nacionais, avança 2,57% para 51,80 dólares por barril. Já o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, aprecia 3,37% para 47,81 dólares por barril.
Este comportamento da matéria-prima tem lugar depois de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), ter assegurado, esta quinta-feira, que irá utilizar todas as ferramentas ao seu alcance no âmbito do seu mandato para apoiar a recuperação da economia da Zona Euro. Com a esta garantia, que pode fazer com que haja mais procura por petróleo, os preços estão a subir.
Na conferência de imprensa após o encontro do conselho do BCE, Draghi assinalou que a autoridade monetária poderá comprar uma percentagem maior da dívida pública dos estados-membros da Zona Euro e admitiu aumentar a dimensão do programa de compra de activos. A percentagem máxima de dívida pública que pode ser comprada aumentou de 25% para 33%, embora seja necessário fazer uma avaliação "caso a caso", destacou o líder do BCE.
Além disso, e durante o encontro com os jornalistas, o presidente do BCE revelou que o banco central fez uma revisão em baixa da previsão de crescimento económico e da inflação para a Zona Euro para este ano e os próximos. Segundo as novas projecções apresentadas por Mario Draghi, a Zona Euro deverá registar um crescimento de 1,4% este ano, 1,7% em 2016 e 1,8% em 2017. As anteriores previsões apontavam para variações homólogas mais robustas, de 1,5%, 1,9% e 2%, respectivamente.
No que diz respeito a inflação, as novas projecções do BCE apontam também para valores mais baixos, de 0,1% este ano (a anterior previsão era 0,3%), 1,1% em 2016 (1,5%) e 1,7% em 2017 (1,8%). O principal motivo para a revisão é a queda do preço do petróleo. Também neste caso, existem riscos para estas projecções, devido à evolução do preço dos bens energéticos e das taxas de câmbio.
Para Bill O’Grady, da norte-americana Confluence Investment Management, em declarações à Bloomberg, a subida do dólar é algo negativo para o petróleo "mas isto está a ser ignorado porque uma flexibilização quantitativa em qualquer lugar do mundo apoia a procura" pela matéria-prima.
O euro, por esta altura, desce 0,97% para 1,1118 dólares.