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Rússia exige consenso para cortar a produção de petróleo
A reunião para a negociação de um corte de produção entre a Rússia e a OPEP ainda não está marcada e a decisão tem que ser consensual, afirmou o ministro da Energia da Rússia. O petróleo regressou às quedas.
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A Rússia está disponível para negociar um corte de produção de petróleo, declarou o ministro russo da Energia. Alexander Novak mencionou mesmo um plano para cortar 5% da oferta, o que fez disparar os preços da matéria-prima nos mercados internacionais. Mas, a data para uma reunião com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não está ainda definida, admitiu. E a Rússia só está disponível para avançar se houver consenso com os outros países exportadores, reiterou, levando o petróleo a recuar.
"Deve haver um consenso. Se houver, faz sentido [cortar a oferta], se não houver não faz sentido", disse citado pela Bloomberg. A Rússia está em recessão, afectada pela elevada queda dos preços das matérias-primas energéticas, que representam mais de 40% das receitas do país, e pelas sanções internacionais aplicadas no seguimento do conflito com a Ucrânia. Por isso, tem insistido que não pode cortar a produção de petróleo.
Por outro lado, a OPEP, nomeadamente a Arábia Saudita, que é o maior produtor do cartel, tem repetido que está disponível para equilibrar o mercado, desde que os outros países – com destaque para a Rússia e EUA – recuem também.
O Brent, negociado em Londres, está a desvalorizar 0,15% para 33,84 dólares, após ter chegado a avançar 2,83% para 34,85 dólares, no início da sessão. Reduz para 8,61% a queda acumulada este mês. O West Texas Intermediate (WTI) sobe ligeiros 0,03% para 33,23 dólares por barril, tendo chegado a avançar quase 3%.
Corte de 5%
Na sessão anterior, os preços da matéria-prima dispararam após Alexander Novak confirmar, na quinta-feira, que a Rússia está disponível para negociar um corte na produção, referindo uma proposta para reduzir até 5%. O Brent, negociado em Londres, que serve de referência para a Europa, chegou a subir 8,28% para 35,84 dólares por barril.
"Estes parâmetros foram, de facto, propostos, para cortar até 5% da produção", disse Novak, citado pela Reuters. Esta tinha sido uma proposta anterior da Argélia e Venezuela e é "precisamente o que está em debate" agora, indicou Novak. Um corte de 5% da produção russa representaria uma queda de cerca de 500 mil barris diários. Juntando a OPEP, elevaria para uma redução de dois milhões de barris por dia.