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Petróleo desce mais de 3% e volta a negociar nos 27 dólares
A matéria-prima voltou para a casa dos 27 dólares, aproximando-se de mínimos de Novembro de 2003, em Londres. O excesso de oferta, as perspectivas de quebra da procura e de um aumento da produção do Irão continuam a pesar sobre os preços.
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O petróleo voltou para terreno negativo esta quarta-feira, 20 de Janeiro, antes de serem divulgados os dados da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla inglesa) sobre as reservas de crude dos Estados Unidos.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desce 3,34% para 27,51 dólares, enquanto o Brent, transaccionado em Londres, cai 3,09% para 27,87 dólares por barril, um valor próximo dos 27,67 dólares atingidos na sessão de segunda-feira, o valor mais baixo desde Novembro de 2003.
Segundo estimativas recolhidas pela Bloomberg, os dados que serão divulgados pela EIA deverão mostrar que os inventários aumentaram em 2,75 milhões de barris na semana passada. Isto num contexto de excesso de oferta no mercado, que continua a penalizar os preços da matéria-prima, e com a perspectiva de agravamento depois do levantamento das sanções ao Irão.
A própria Agência de Informação de Energia alertou, esta semana, para o facto de os preços do "ouro negro" poderem afundar ainda mais. Apesar dos mínimos que já têm sido atingidos nos mercados internacionais, o organismo norte-americano destaca que a procura continua reduzida. E prevê que o excesso de oferta pode levar as cotações a níveis ainda mais baixos, com o Irão a inundar o mercado com ainda mais barris.
As estimativas para a procura por petróleo, este ano, foram revistas em baixa perante o enfraquecimento do crescimento da economia chinesa. Ao mesmo tempo, a AIE reviu em alta as previsões para a produção de petróleo fora da OPEP, essencialmente devido ao Irão. A produção nestes países pode cair em 600 mil barris por dia, mas o Irão poderá trazer mais 1,5 milhões de barris para o mercado.
"As perspectivas para o mercado de petróleo são bastante negativas neste momento", refere Angus Nicholson, analista da IG, em declarações à Bloomberg. "O Irão está a juntar-se às preocupações".