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Petróleo cai após Irão declarar acordo para congelar produção "ridículo" e Arábia Saudita afastar cortes

O petróleo está a cair mais de 4%, após o Irão ter dito que o acordo para congelar a produção é "ridículo" e a Arábia Saudita ter reiterado que é apenas um primeiro passo para travar o excesso de oferta, que não inclui cortes na produção.

23 de Fevereiro de 2016 às 17:04
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O ministro da Arábia Saudita declarou que não vai cortar a produção de petróleo, deixando o mercado definir os preços. As negociações - que são apenas para congelar a oferta - vão continuar, mas o Irão demonstrou que não irá participar. O ministro do petróleo do país considerou o acordo "irrealista" e "ridículo". Os sinais de que o excesso de oferta irá continuar estão a pressionar os preços, que recuam 4%.         

 

Um corte de produção "não vai acontecer porque não há muitos países que o concretizem, mesmo que digam que vão cortar a produção. Portanto, não vale a pena perder o nosso tempo à procura de cortes", disse Al-Naimi, ministro do petróleo da Arábia Saudita, citado pela Bloomberg.

Por outro lado, o Irão afastou-se do acordo. "É muito ridículo, eles surgem com esta proposta para congelar a produção, num nível de 10 milhões de barris por dia face a um milhão de barris diários do Irão", disse o ministro do petróleo do país, citado pela agência noticiosa Shana. São "pedidos irrealistas", considerou Namdar Zanganeh, cita a Bloomberg.

Com o aumento da probabilidade de o mercado continuar com excesso de oferta, os preços do petróleo acentuaram a tendência de queda. O Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, está a desvalorizar 3,92% para 33,31 dólares por barril. Já recuou um máximo de 4,61%, após as declarações. O West Texas Intermediate cai 4,49% para 31,87 dólares por barril.

Mercado dita os preços

A Arábia Saudita desafiou os outros produtores a estabilizar os preços, em 2014, mas como não houve vontade, deixou o mercado funcionar, disse Al-Naimi. E é isso que irá acontecer agora para reequilibrar os preços, com uma subida da procura, confia o ministro saudita. O esforço é apenas para não adicionar oferta, mas é preciso manter os níveis actuais, defende.

"O mercado petrolífero é muito maior do que a OPEP", disse. "Não havia vontade de partilhar o peso [de cortar a produção], por isso deixámos o mercado" reequilibrar a oferta e a procura, disse Al-Naimi.

"Não declarámos guerra ao xisto ou à produção de qualquer país ou empresa, ao contrário dos rumores que ouvimos", declarou o ministro da Arábia Saudita, referindo-se aos EUA.

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