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Arábia Saudita diz às petrolíferas nos EUA para "cortar custos ou fechar"

O ministro do petróleo da Arábia Saudita, Ali Al-Naimi, defendeu numa conferência nos EUA que os produtores com custos mais elevados têm que adaptar-se aos preços, cortando custos ou fechando.

Bloomberg
24 de Fevereiro de 2016 às 11:23
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O ministro do petróleo da Arábia Saudita disse nos EUA que os produtores de petróleo têm que cortar custos ou desistir do negócio. Ali Al-Naimi defendeu, numa conferência sobre Energia em Houston, que o mercado vai reequilibrar a oferta e a procura de petróleo, obrigando as petrolíferas com custos mais elevados a ajustar-se aos preços.

 

"Cortar a produção de custos baixos para subsidiar a oferta com custos mais elevados apenas atrasa" o problema, disse Naimi. Para o ministro do petróleo do maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o mercado é que vai determinar a rentabilidade da produção e as empresas têm que se adaptar "cortando despesas, contraindo empréstimos ou fechando".

Na conferência em Houston, Naimi sublinhou que a sua estratégia não se dirige aos EUA, em particular. "Não declarámos guerra ao xisto ou à produção de qualquer país ou empresa, ao contrário dos rumores que ouvimos", declarou o ministro da Arábia Saudita, referindo-se aos EUA.

Mas, são estes produtores, especialmente de petróleo de xisto, que tinham os custos de produção mais elevados, quando a Arábia Saudita decidiu manter a produção inalterada em 2014 para levar os concorrentes a recuar na exploração de petróleo. Custos que foram entretanto baixando, com ganhos de eficiência; mas o preço médio do custo de extracção do barril nos EUA mantém-se acima dos 36 dólares, face aos 10 dólares da Arábia Saudita.

Iraque pede "acordo completo"

 

"Temos que chegar a um acordo completo", disse o ministro do petróleo do Iraque esta quarta-feira, citado pela Bloomberg. "Se alguns congelam e outros aumentam a produção, então não é uma boa política", disse Adel Abdul Mahdi.

As declarações surgem um dia depois do Irão ter criticado o acordo, considerando "ridículo" o pedido de congelar a produção. "É muito ridículo, eles surgem com esta proposta para congelar a produção, num nível de 10 milhões de barris por dia face a um milhão de barris diários do Irão", disse o ministro do petróleo do país, citado pela agência noticiosa Shana. São "pedidos irrealistas", considerou Namdar Zanganeh, cita a Bloomberg.

Com a diminuição da probabilidade de um acordo para congelar a produção ser concretizado, os preços do petróleo acentuaram a tendência de queda. O Brent, negociado em Londres, segue a cair 2,22% para 32,53 dólares, pela segunda sessão consecutiva. O West Texas Intermediate (WTI) recua 3,33% para 30,81 dólares por barril.

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