As principais praças europeias estão a cair mais de 2%, esta quarta-feira, acompanhando a desvalorização do petróleo. A queda dos preços da matéria-prima renova os receios dos investidores em torno do abrandamento da economia mundial, travando os ganhos das bolsas.

O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 maiores cotadas do Velho Continente, desvaloriza 2,36% para 321,21 pontos, a maior queda desde 11 de Fevereiro. As mineiras e as energéticas lideram as perdas no índice de referência europeu. A Glencore perde 11,01% para 115,20 pences, a BHP recua 8,34% para 684 pences. A Total deprecia 3,21% e a Shell cai 2,48% pressionando o índice das petrolíferas.

O petróleo está a acentuar a tendência de queda esta quarta-feira, com a perspectiva de que o mercado continue com excesso de oferta. O ministro do petróleo do Irão considerou o acordo para congelar a produção "ridículo" e o ministro do Iraque reiterou que é necessário um acordo "completo", em que todos participem. As declarações clarificam a improbabilidade de um consenso para diminuir a oferta no mercado, pressionando os preços da matéria-prima. O Brent, que serve de referência para a Europa, está a perder 2,10% para 32,57 dólares. Esta quarta-feira, a Fitch cortou para 35 dólares o preço-alvo do barril para este ano.

Além da desvalorização do petróleo, os dados económicos vindos da China e os receios em torno da solidez da banca têm marcado negativamente a negociação este ano. O índice de referência recua 12% desde o início do ano.

Entre as principais praças europeias, a Grécia lidera as perdas, esta quarta-feira. Cai 4,82%, elevando para 31% as perdas acumuladas desde o início do ano. É seguido pelo espanhol Ibex 35, que está a perder 3,11%. Os restantes índices de referência também registam perdas superiores a 2%. Apenas o londrino Footsie regista uma queda inferior, recuando 1,59%. 

A bolsa de Lisboa acompanha a tendência de queda das pares europeias, pressionada principalmente pelo retalho e pelo sector energético. A Jerónimo Martins está a desvalorizar 2,90% para 12,57 euros. A EDP Renováveis cai 3,64% para 6,20 euros e a Galp Energia perde 2,36% para 9,77 euros.