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Goldman: Ganhos das matérias-primas são temporários

O Goldman Sachs considera que a recente subida dos preços das matérias-primas não é sustentada num crescimento da procura e redução da oferta. Os preços têm que cair mais para reequilibrar o mercado, defendem os analistas.

Bloomberg
08 de Março de 2016 às 17:47
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As matérias-primas têm recuperado. Mas, a escalada de preços não irá durar, alerta o Goldman Sachs. Isto porque não é sustentada numa subida significativa da procura e o mercado continua com excedente de matéria-prima. Assim, a subida dos preços pode mesmo vir a agravar a situação, estimulando os produtores a aumentar a oferta, num círculo vicioso, que provoca novas descidas dos preços. 

"A perspectiva do mercado sobre a inflação, o realinhamento e a alavancagem motivaram uma subida prematura nos preços das matérias-primas que acreditamos que não é sustentável", escrevem os analistas do Goldman Sachs, numa nota para investidores.

Nos mercados de matérias-primas não basta haver sinais de uma recuperação no futuro, é preciso que se reflicta no equilíbrio da oferta e procura reais, diz o Goldman. "Os mercados de matérias-primas são mercados físicos, não são mercados financeiros motivados por expectativas", diz o banco. Por isso, uma subida baseada apenas em expectativas, sem suporte numa redução real da oferta e um aumento comprovado da procura, será contraproducente e irá provocar novas quedas. Isto porque, os preços baixos são um estímulo para os produtores aumentarem a oferta, o que agrava o excedente, voltando a pressionar os preços no médio prazo.

Petróleo barato durante mais tempo

O Goldman Sachs, que recentemente admitiu uma queda dos preços para os 20 dólares, defende que os preços do petróleo devem manter-se baixos durante mais tempo, para incentivar as produtoras a reduzir a oferta e assim reequilibrar o mercado. O mercado energético "precisa de preços mais baixos para manter o stress financeiro e assim terminar o processo de reequilíbrio", sentencia a equipa liderada por Jeffrey Currie. Caso contrário, a subida dos preços irá revelar-se passageira, tal como aconteceu na Primavera passada, dizem os analistas.

Uma vez que a queda dos preços foi motivada pelo excesso de oferta, terá que haver um corte de produção, motivado pelos preços baixos, para criar um défice e fazer subir os preços. Algo que o Goldman Sachs prevê que vá acontecer até ao final do ano, mas não agora.

Apostar na queda dos metais

Tal como o petróleo, também os metais ainda irão cair mais, antecipa o Goldman Sachs. A procura na China não irá crescer o suficiente para sustentar as subidas recentes, sentenciam os analistas. O banco destaca o cobre e o alumínio, que irão acentuar as quedas. A queda potencial de 18 a 20%, leva o Goldman a recomendar posições curtas nestes metais. "A probabilidade de uma melhoria sustentada na procura chinesa durante 2016 e 2017 é baixa", alertam os analistas.


E nem o ouro, que se tem destacado este ano nos melhores desempenhos, escapa às previsões pessimistas. Quando forem dissipados os receios em torno da economia norte-americana e o dólar valorizar, o metal precioso voltará a recuar para os 1.100 dólares, dizem os analistas.

A valorização do minério de ferro, que registou uma subida recorde na última sessão, também foi motivada por uma disrupção na oferta de aço na China, que é temporária e pode ser facilmente colmatada, levando os preços novamente para os 35 dólares. 

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