A desaceleração chinesa, a crise nos emergentes e as preocupações sobre a economia global deprimiram nos últimos meses os preços das matérias-primas industriais. Mas os sinais de que Pequim irá estimular o crescimento estão a puxar pelos preços. O minério de ferro, por exemplo, dispara 19% esta segunda-feira para 63,74 dólares por tonelada métrica. É a maior subida diária desde, pelo menos, 2009, data dos primeiros dados diários da Metal Bulletin, citados pela Bloomberg.

Além das melhores perspectivas para a procura desta matéria-prima, os analistas referem também factores técnicos, como o fecho de posições de investidores a apostar na descida como outro dos factores a dar ganhos avultados ao minério de ferro.

"O minério de ferro e outros mercados estão a ser direccionados mais pelo sentimento do que pelos fundamentais", observou Zhao Chaoyue, analista da China Merchants Futures, citado pela Bloomberg. Acrescentou que "os investidores esperam mais estímulos por parte do governo chinês o que aumentaria a procura".

A dimensão das subidas está a deixar os mercados surpreendidos. "O aumentou louco nos preços dos futuros surpreendeu os 'traders' já que não se viu um aumento correspondente nas encomendas" da matéria-prima, disse Xu Huimin, analista da Huatai Great Wall Futures, à Bloomberg. Apesar do disparo nos preços, os analistas do Goldman Sachs consideram que esta recuperação será curta, dada a elevada oferta de matérias-primas industriais.

Além dos ganhos do minério de ferro, também outras matérias-primas industriais, como o cobre e o níquel, seguem em terreno positivo esta segunda-feira. Avançam mais de 3%.