2016 tem sido o ano do ouro. Enquanto os mercados financeiros mundiais continuam a ser arrastados pelas preocupações em torno da economia global e pela crise das matérias-primas, o metal precioso brilha, com uma valorização de 20%. Uma subida que os analistas do Société Générale consideram insustentável, daí que estejam a recomendar aos seus investidores que vendam.

Em apenas dois meses, o ouro escalou 20%. A procura por activos de refúgio, num momento marcado pela elevada turbulência no mercado justifica a aposta no metal dourado. Mas, para o SocGen grande parte dos receios nos mercados são exagerados e os preços do ouro estão sobreavaliados.

"Os nossos economistas continuam confiantes que o recente tumulto nos mercados financeiros e o abrandamento nos mercados emergentes é improvável que causem uma recessão nos EUA", diz o banco de investimento citado pela CNBC. O SocGen acrescenta que, se as suas previsões estiveram certas, então, "o mercado deverá gradualmente começar a descontar uma elevada probabilidade de uma subida de juros este ano seguida de mais no próximo ano".

O banco de investimento francês argumenta que os preços do ouro estão 6% acima dos valores justos e deveriam estar a negociar em torno de 1.152 dólares por onça, abaixo da cotação actual de 1.245 dólares.

Além da expectativa de, pelo menos, uma subida de juros nos EUA, outro dos factores que deverá condicionar a evolução das cotações é o dólar. O SocGen acredita que a divisa americana vai valorizar, pressionando o ouro.

Ao contrário do SocGen, o Deutsche Bank recomendou no final da semana passada a aposta em ouro. O banco alemão concorda que os preços estão elevados, mas perante os crescentes riscos na economia e a turbulência nos mercados, os investidores deveriam reforçar o investimento em ouro, como uma forma de garantir a segurança do capital.