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Reserva Federal dos EUA volta a subir taxas de juro

O Comité Federal do Mercado Aberto cumpriu com as expectativas do mercado e subiu a taxa dos fundos federais.

Andrew Harrer/Bloomberg
15 de Março de 2017 às 18:01
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Os responsáveis da Reserva Federal dos EUA já tinham deixado as pistas. E a entidade liderada por Janet Yellen confirmou esta quarta-feira as expectativas criadas nas últimas semanas. A taxa dos fundos federais aumenta em 25 pontos base para entre 0,75% e 1%, a terceira subida desde que a autoridade monetária iniciou o processo de normalização de política monetária.

"Tendo em conta as condições realizadas e esperadas para o mercado laboral e para a inflação, o Comité decidiu aumentar o intervalo para a taxa dos fundos federais para entre 0,75% e 1%", refere o comunicado da autoridade monetária.

No entanto, a entidade liderada por Janet Yellen acrescenta que "a abordagem da política monetária continua acomodatícia, apoiando assim uma fortalecimento adicional das condições do mercado de trabalho e um regresso sustentado a uma inflação de 2%". Apenas um dos responsáveis presentes na reunião votou contra esta decisão. Neel Kashkari, da Fed de Minneapolis, preferia uma manutenção da taxa.

O Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) já tinha aumentado a taxa de juro em Dezembro do ano passado e também no último mês de 2015, que marcou o início desse processo após anos de taxas de juro de perto de 0% para responder à crise financeira e económica. Apesar do arranque lento na normalização da taxa dos fundos federais, justificado com as incertezas a nível global, a Fed está a carregar no acelerador.

O mercado já antecipava que com os dados da economia americana e com as medidas de expansionismo orçamental de Trump, a Fed tivesse de subir os juros a um ritmo mais rápido, o que levou a que nos últimos meses se assistisse a uma tendência de subida do dólar e das taxas das obrigações a nível global. 

Membros do FOMC apontam para mais duas subidas este ano

E se a Fed cumpriu com as expectativas do mercado em relação à subida da taxa de juro na reunião desta quarta-feira, também as projecções dos responsáveis de política monetária presentes na reunião vão ao encontro da perspectiva que prevalece no mercado. A maior parte dos participantes do FOMC antecipam que existam mais duas subidas das taxas de juro este ano e o três aumentos em 2018 e 2019, projecções semelhantes às verificadas na reunião de Dezembro.

Apesar destas projecções, o comunicado do FOMC refere que "ao determinar o ‘timing’ ou a dimensão dos ajustamentos no intervalo da taxa de fundos federais, o Comité irá avaliar as condições económicas realizadas e esperadas". Acrescenta que irá "ter em conta um leque alargado de informação, incluindo medidas das condições no mercado de trabalho, indicadores de pressões e expectativas sobre a inflação e as leituras de desenvolvimentos financeiros e internacionais".

Ainda assim, apesar da dependência desses dados para futuras subidas, o Comité revela que "espera que as condições económicas evoluam de foram a garantir aumentos graduais na taxa de fundos federais", apesar de antever que o nível dos juros fique "por algum tempo, abaixo dos níveis que se espera que prevaleçam no longo prazo".

Além da subida da taxa de juro, o FOMC anunciou que continuará com a sua política de reinvestimento dos juros dos activos adquiridos ao longo do programa de ‘quantitative easing’ e de fazer o reinvestimento em títulos de dívida pública que vão atingindo a maturidade. 


(Notícia actualizada às 18:24 com mais informação)

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