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Juros de Portugal recuam em todos os prazos com compra de dívida privada nacional pelo BCE

Ao terceiro dia, o programa de compra de "covered bonds" da autoridade monetária já foi ao mercado comprar obrigações de bancos portugueses, espanhóis, italianos, franceses e alemães

Reuters
22 de Outubro de 2014 às 15:35
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As taxas de juro da dívida portuguesa estão a cair em todos os prazos. A compra de dívida privada portuguesa pelo Banco Central Europeu (BCE) está a causar a descida dos juros em todos os prazos na sessão desta quarta-feira, 22 de Outubro.

 

Ao terceiro dia, o programa de compra de "covered bonds" da autoridade monetária já foi ao mercado comprar obrigações de bancos portugueses, espanhóis, italianos, franceses e alemães, segundo fontes consultadas pela Bloomberg. Este mercado vale um total de 2,6 biliões de euros e Mario Draghi já apontou que pretende "engordar" o balanço do BCE até um bilião de euros. O banco central vai revelar no próximo dia 27 de Outubro a quantidade de dívida comprada esta semana.

 

Com o objectivo de combater a deflação e aumentar a liquidez no mercado, o BCE está a comprar estes activos, retirando assim peso ao balanço dos bancos da Zona Euro para que estes façam chegar mais dinheiro à economia real, tanto às empresas como às famílias.

 

Os juros estão assim a recuar em todas as maturidades portugueses. A 10 anos recuam 11,4 pontos base para 3,292%; a cinco anos descem 10,4 pontos base; a dois anos perdem 12,9 pontos base para 0,833%. O maior recuo verifica-se na maturidade a três anos, com a taxa de juro a descer 14,5 pontos base.

 

O cenário é semelhante nos restantes países do Sul da Europa: Espanha (menos 0,9 pontos para 2,186%), Itália (menos 2,2 pontos para 2,49%) e Grécia (34,1 pontos para 7,371%). Nas duas maiores economias do euro, as taxas de juro a 10 anos conhecem destinos diferentes: em França recuam 0,9 pontos base, enquanto na Alemanha o "bund" sobe 0,2 pontos para 0,873%.

 

Mas se os dois programas de compra de dívida privada não surtirem os efeitos desejados de aumentar o dinheiro a circular no mercado e travar a queda da inflação, o BCE pode avançar com um plano B, através da compra de dívida emitida pelas empresas, conforme avançou ontem a agência Reuters.

 

Apesar da autoridade monetária ainda não ter discutido mais medidas de estímulo, estas podem vir a ser aprovadas se necessário. "Podemos estender as nossas intervenções a outros instrumentos, como a dívida corporativa", disse o membro da Comissão Executiva do BCE, Luc Coene, em entrevista ao jornal belga Les Echos, citado pela Bloomberg.

 

O também governador do banco central da Bélgica apontou que está a decorrer uma séria discussão no BCE sobre a introdução de medidas adicionais. A sua aprovação está dependente dos dados económicos e de inflação que vão ser divulgados nas próximas semanas.

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