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França, Itália e Espanha estão a banir "short selling" para impedir maiores quedas nas bolsas
Os reguladores dos mercados nestes três países europeus estão a impedir as posições curtas nas empresas para impedir que as quedas se agravem. Em Portugal, todas as posições superiores a 0,1% têm de ser comunicadas à CMVM.
A AMF (Autorité des marchés financiers), em França, impediu cerca de 92 entradas em ações de empresas, enquanto a italiana Consob (Commissione Nazionale per le Società e la Borsa) bloqueou as transações de ações em 20 empresas, tendo o regulador belga FSMA (Financial Services and Markets Authority) agido de forma semelhante.
Uma posição curta, ou a descoberto, que precede uma venda a descoberto ("short selling") é uma aposta especulativa na queda dos mercados financeiros, que permite aos investidores ganhar dinheiro com o declínio das cotações dos ativos. Por norma, a existência de uma grande percentagem de posições curtas conduz a quedas nas empresas em questão.
Por exemplo, no final de agosto do ano passado, os CTT tinham sete "hedge funds" com participações a descoberto na empresa, equivalentes a 5,7% do capital, que coincidiu com um período em que o operador postal conheceu uma grande desvalorização em bolsa. No entanto, esse número sofreu uma grande redução e no final do ano eram apenas duas as empresas com posições curtas na empresa liderada por João Bento, numa altura em que a cotada recuperou força nos mercados.
Em Portugal, a CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) ainda não operou nesse sentido contudo, numa decisão da ESMA (Autoridade Europeia de Mercados de Valores Mobiliários), a constituição de participações a descoberto superiores a 0,1% terão que ser reportadas ao regulador português. Antes, apenas as posições curtas acima de 0,5% tinham que ser reportadas.
Eric Woerth, presidente do regulador do mercado francês, disse à Bloomberg que o colapso do mercado torna a regulamentação das vendas a descoberto "mais necessária do que nunca".
Noutros países, esta proibição está, por enquanto, fora do baralho. Reino Unido, Países Baixos e Suíça. Todos estes países disseram à agência de notícias estar atentas a esse cenário, mas sem anunciar qualquer entrave às vendas a descoberto.