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Alemanha emite 3 mil milhões em dívida de longo prazo com juros em mínimos históricos
A procura pela dívida alemã indica que os investidores continuam à procura de um refúgio seguro devido às tensões geopolíticas em vários pontos do globo.
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A Alemanha foi esta quarta-feira, 13 de Agosto, ao mercado financiar-se por menos dinheiro do que nos anteriores leilões de dívida. Berlim colocou 3,29 mil milhões de euros de dívida a 10 anos, com os juros a alcançarem um novo mínimo histórico, de acordo com a Bloomberg.
Os investidores compraram as "bunds" por um juro de 1,08%, um valor mais baixo que o registado a 16 de Julho quando o preço médio da "yield" atingiu os 1,20%. Os pedidos alcançaram os 5,323 mil milhões de euros, com a procura a superar a oferta em 1,62 vezes.
Os investidores continuam assim à procura de um refúgio seguro devido às tensões geopolíticas em vários pontos do globo, como a Faixa de Gaza, Iraque, e Leste da Ucrânia, que continuam a lançar dúvidas sobre o futuro da economia global.
Depois do leilão, as taxas de juro das bunds seguem com um comportamento misto no mercado secundário. Nas obrigações de longo prazo (10 anos) a "yield" está a negociar agora nos 1,061%, uma subida de 0,2 pontos. A médio prazo (5 anos), os juros alemães descem 0,9 pontos para os 0,237%.
Já as obrigações a curto prazo (2 anos), registam um juro negativo de 0,004%, o que ainda assim representa uma subida de 0,2 pontos após fechar a sessão na terça-feira nos -0,06%. Este valor negativo implica que os investidores estão dispostos a perder dinheiro com o seu investimento, mas com a garantia de segurança do activo.
Entre Outubro de 1990 e até ao final de Junho deste ano, o juro da obrigação alemã a 10 anos registou uma queda significativa passando dos 9,117% para os 1,243%.
Os mercados reagiram assim à declaração do governo alemão na terça-feira de que a economia do país terá sofrido uma "deterioração" económica no segundo trimestre. Os dados oficiais serão divulgados na quinta-feira, 14 de Agosto.
Berlim culpou a "débil evolução económica da Zona Euro", assim como a "insegurança decorrente dos acontecimentos geopolíticos" relativos à tensão em torno da Rússia e Ucrânia,segundo o Ministério da Económia alemão.